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INTERNACIONAL

Conquista do último reduto do Estado Islâmico causa fuga em massa de cidade síria

08 Mar 2019 - 10h18

As Forças Democráticas Sírias (FDS), frente apoiada pelos EUA, conseguiram retomar nesta quinta-feira, 7, o último reduto do Estado Islâmico no país, no vilarejo de Baghuz, perto da fronteira iraquiana. Mais de 10 mil pessoas deixaram a região desde sábado - 58 mil abandonaram o local nos últimos três meses.

A FDS reduziu o ritmo de sua ofensiva para permitir que milhares de civis deixassem Baghuz, continuando um êxodo que começou com o anúncio de uma batalha final pelo controle do enclave no mês passado. A queda de Baghuz marcaria o fim do autoproclamado "califado" do EI, embora alguns combatentes estejam escondidos no deserto ou tenham entrado na clandestinidade em outros países.

Na quarta-feira, centenas de terroristas do EI se renderam e muitos outros jihadistas foram pegos tentando escapar, segundo um comandante das forças lideradas pelos curdos, que participam da ofensiva contra o EI.

Vários fugitivos ficaram tão feridos na investida que tiveram de sair carregados em colchões para se render à coalizão liderada pelos EUA. Nesta quinta, as forças especiais americanas chegaram em um comboio de blindados. Os homens suspeitos de serem combatentes do EI foram revistados pelos soldados e cães farejadores. A seguir, tiveram as impressões digitais recolhidas, foram fotografados e entrevistados.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, ONG que monitora a guerra civil, disse que há preparativos para anunciar o fim do EI. Ao mesmo tempo, ataques aéreos dos militares sírios contra combatentes jihadistas, mais a oeste, no deserto central do país, são um lembrete das advertências de que o EI continuará a representar uma ameaça à segurança, mesmo que perca seu último reduto.

Para muitos analistas, quando a batalha terminar, o desafio à frente será, em muitos aspectos, mais complicado do que expulsar os jihadistas. O Estado Islâmico já se adaptou à sua perda de território, voltando às suas raízes insurgentes no Iraque e semeando células adormecidas através do leste da Síria.

Nesta parte do país, as perspectivas de estabilidade dependem de como a retirada militar dos EUA vai mudar a situação e da possibilidade de acordo entre as FDS e o governo do ditador sírio, Bashar Assad, em troca de algum tipo de proteção.

Com o cerco se fechando, até aqueles que fazem parte dos primórdios do califado estão tentando se salvar. Segundo oficiais curdos, a maioria que conseguiu chegar até esse local pertence às famílias dos combatentes, ou seja, suas diversas mulheres e inúmeros filhos. Poucos são os moradores locais misturados ao grupo. Sem alimento, eles não têm alternativa a não ser cozinhar uma planta que cresce na beira das rodovias.

Muitos são estrangeiros, principalmente iraquianos que viviam sob o jugo do EI antes de fugir quando as cidades do Iraque foram libertadas. Entre os que chegaram na semana passada, porém, há também alemães, franceses, britânicos, suecos e russos, prova do apelo abrangente do grupo, que atraiu cerca de 40 mil recrutas de 100 países.

Mustafa Bali, porta-voz das FDS, diz que representantes do EI tinham requisitado passagem livre, mas tiveram o pedido rejeitado. "Vamos enfrentar até o último homem", afirmou Bali ao jornal Washington Post.

Quando a poeira baixar em Baghuz, outras questões poderão ser respondidas. O destino de centenas de prisioneiros - entre eles reféns ocidentais - permanece desconhecido. Há também a questão do sumiço dos líderes do EI.

As forças armadas ocidentais suspeitam que o chamado califa do grupo, Abu Bakr al-Baghdadi, tenha entrado no Iraque. Ele não transmitiu nenhuma mensagem a seus quadros no estágio final da batalha.

Ainda que Baghuz seja o último vestígio do território do EI na região, o califado sempre foi um projeto global, com 16 de suas 35 "províncias" localizadas fora do Iraque e da Síria. Várias dessas "filiais" estrangeiras até mesmo estão crescendo, principalmente nas Filipinas e na Nigéria. Três relatórios divulgados no ano passado estimam que o grupo jihadista ainda tem entre 20 mil e 30 mil membros atuando apenas no Iraque e na Síria. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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