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Aécio Neves

Aécio Neves faz primeiro pronunciamento no Senado depois da campanha eleitoral

05 Nov 2014 - 20h00Por Janici Demetrio

Aécio Neves agradeceu o apoio de cerca 51 milhões de brasileiros à sua candidatura e disse que estará à frente das oposições para fiscalizar, cobrar, denunciar e combater a corrupção que se instalou no governo federal do PT.

 Confira o pronunciamento:

Antes de qualquer outra ponderação, devo afiançar-lhes: sinto-me especialmente gratificado e feliz!


Vivi uma das jornadas mais importantes de toda a minha trajetória política, de toda minha vida – a mais difícil e desafiadora que um homem com responsabilidade pública pode protagonizar.

Estou agradecido e honrado pela manifestação de mais de 51 milhões de brasileiros de todas as nossas regiões, de todos os municípios, de todas as idades e classes sociais, que viram na nossa candidatura a possibilidade de construir um caminho melhor para o Brasil.

Um caminho para mudar de verdade o Brasil.

É com esse sentimento e consciente de minhas graves responsabilidades que retorno a esta Casa e venho a esta tribuna. E retorno com convicções ainda mais sólidas.

Nos últimos meses, representando inclusive muitos de vocês, representando inclusive muitos dos senhores que aqui estão e milhões de brasileiros que nos ouvem hoje, me coloquei como alternativa na defesa de um Estado mais eficaz. Um Estado moderno, que valorizasse a transparência, reconhecesse a meritocracia e, sobretudo, zelasse pelo bom destino do dinheiro público e prestação de serviços de qualidade à população.

Defendi a retomada das reformas para modernizar nossa economia e retirá-la da paralisia marasmo em que o atual governo a colocou.

Comunguei, junto com milhares de brasileiros, em especial com Marina Silva e Eduardo Campos, a agenda do desenvolvimento sustentável, a transição rumo à economia de baixo carbono, caminho que se mostra cada vez mais imperativo se quisermos construir um futuro adequado para nossos filhos e netos.

Advoguei em todas as partes do Brasil a necessidade da maior participação do investimento privado na construção da infraestrutura para que deixássemos de ser aprisionados por uma visão ideológica estatizante e ultrapassada.

Defendi a manutenção e avanços nos nossos programas sociais, para que pudessem servir melhor à população e sair definitivamente da perversa exploração eleitoral a que foram mais uma vez submetidos.

E propus a reaproximação do Brasil ao resto do mundo, ao qual demos as costas nos últimos anos ao priorizar as parcerias com governos ideologicamente alinhados.

Também, senhoras e senhores, me posicionei na firme na defesa de valores que foram aviltados dia após dia; na busca da recuperação da ética atropelada pelo vale-tudo político; na preservação do interesse público, tão vilipendiado por interesses privados e partidários; e no combate sem tréguas à corrupção, que atinge níveis como nunca antes se viu no país.


Ao atual estado de coisas, mais de 50 milhões de brasileiros, senhores senadores, disseram não.

E disseram “não” porque buscavam e sonhavam, como continuando buscando e sonhando, com um país melhor, um país verdadeiramente justo, mais honesto, mais equilibrado e um governo que seja mais eficiente e aja com maior decência.

Porque acreditam que o rigor da lei deve atingir a todos.

Estes milhões de cidadãos que marcharam conosco também compartilham da nossa visão de que o atual modelo político encontra-se esgotado, degradado pelos atos daqueles que nos governam há mais de uma década.

Assim como nós, também perceberam que convivemos hoje com um modelo econômico estagnado, desequilibrado, cada vez mais isolado do mundo, com um Estado pesado e pouco produtivo.

Aos apoios e tantos foram eles que recebemos foram se somando muitos outros, e pouco a pouco nossa candidatura deixou de ser apenas a de um partido político, de uma coligação partidária, para se tornar um movimento como poucas vezes se viu na história brasileira.

Perdemos as eleições por uma pequena diferença, mas algo de novo, novíssimo aconteceu no Brasil: a chama da renovação se acendeu e continua mais forte do que nunca, ultrapassando o tradicional marco do processo eleitoral.

Sinto nas ruas, nas conversas e tenho certeza que os senhores da mesma forma percebem isso, nas redes sociais, que o ânimo da população por uma verdadeira mudança, por um novo rumo, não esmoreceu.

Tenho a dizer a todos e a cada um de vocês: nosso projeto para o Brasil continua mais vivo do que nunca.

Senhoras e Senhores. Parlamentares que lotam este plenário. Travamos nestas eleições uma disputa desigual. Uma disputa em que os detentores do poder usaram despudoradamente o aparato estatal para se perpetuarem, por mais quatro anos, no comando do país. Esta é a verdade.

Adotou-se um vale-tudo nunca antes visto na nossa história. Nossos adversários cumpriram o aviso dado ao país, de que nas eleições se pode “fazer o diabo”. E fizeram.

Mostraram que não enxergam limites na luta para se manter no poder. A má-fé com que travaram a disputa chegou às raias do impensável, do absurdo. E agrediu a consciência democrática do país.