Saúde
Mais de mil crianças de zero a 14 anos morreram em SC em 2016
Fatores assim interferem nos órgãos e sistemas imunológicos em desenvolvimento das crianças, tornando fatais doenças controláveis, como as infecciosas, parasitárias, respiratórias. Situações semelhantes são destaque num mapeamento da Organização Mundial de Saúde (OMS). Divulgado domingo, o relatório Inheriting a Sustainable World: Atlas on Children¿s Health and the Environment (em português, Herdando um mundo sustentável: Atlas sobre a saúde das crianças e o meio ambiente) revela que grande parte das causas mais comuns de morte de crianças de um mês a cinco anos no mundo são evitáveis.
O levantamento mostra que, anualmente, 1,7 milhão de meninas e meninos com menos de cinco anos morrem devido a problemas decorrentes da poluição ambiental. Em todo o mundo, de 11% a 14% das crianças com 5 anos ou mais relatam sintomas de asma e cerca de 44% delas estão relacionadas às exposições ambientais
Desigualdades regionais influenciam em números
Em Santa Catarina, mesmo confirmando-se a tendência da queda da mortalidade infantil nas últimas décadas, há desigualdades sociais a serem enfrentadas. Há uma correlação direta entre acessos a serviços públicos e a incidência de mortes entre as crianças. No Planalto Serrano, a taxa é de 17,2 para mil nascidos vivos, seguida de 13,1 (Oeste) e 11,6 (Meio-Oeste). A Grande Florianópolis, por exemplo, mantém a menor taxa, com 8,6. Reflexo de itens como acesso a redes de serviços públicos mais estruturadas (água, esgoto e coleta de lixo), maior escolarização das mães e acompanhamento no período pré-natal.
Crianças também são expostas a produtos químicos nocivos (como fluoreto, chumbo e pesticidas como mercúrio, poluentes orgânicos persistentes e outros em bens manufaturados) por meio de alimentos, água, ar ou produtos contaminados por substâncias tóxicas e isso faz crescer o número de pacientes infantis com tumores.
Outro exemplo apontado no relatório são as ameaças ambientais emergentes, como os resíduos eletrônicos e elétricos que são impropriamente reciclados e expõem a criança a toxinas que podem levar a uma redução da inteligência, déficits de atenção e até câncer.
Qualidade de vida interfere na mortalidade
Quanto melhor a qualidade de vida de uma população, menor será a taxa de morte de suas crianças. A observação é do pediatra Halei Cruz, médico da área técnica da Criança e do Adolescente na Secretaria de Estado da Saúde. O pediatra explica que a cada ano a taxa de mortalidade vem caindo e ter chegado a três dígitos (9.97), em 2014, é algo a ser destacado. Em parte, reconhece, deve-se a programas sociais, como o Bolsa Família, que melhorou a renda das famílias, e forçou a outros cuidados, como manter em dia a caderneta de vacinação.
Ainda assim, o médico chama a atenção para as diferenças regionais em território catarinense onde o empobrecimento das famílias é grande e carece de investimentos.
HoraSC