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Tite vê opções aumentarem para Copa América após amistosos e nega lista fechada

14 Abr 2019 - 15h16

Depois de ter dirigido a seleção brasileira no decepcionante empate por 1 a 1 com o Panamá, em Portugal, e na vitória por 3 a 1 sobre a República Checa, na casa da rival, em Praga, o técnico Tite tenta montar a lista ideal de convocados para a Copa América, que será realizada no Brasil entre 14 de junho e 7 de julho. Ao projetar esta convocação, o treinador diz que o número de opções para formação do grupo para a competição se ampliou após estes dois últimos amistosos e negou que a listagem já esteja praticamente fechada.

Em entrevista à TV Globo concedida há uma semana, nos Estados Unidos, mas veiculada apenas na manhã deste domingo pela emissora, o comandante ressaltou: "A lista aumentou com as possibilidade. Aumentou com os amistosos".

Tite revelou essa ampliação do seu leque de opções para a Copa América após ter participado da Brazil Conference, evento organizado pelos alunos brasileiros das universidades de Harvard e do MIT, em Boston, onde também estava prevista a presença de Pelé, que acabou cancelando a sua participação por causa de problemas de saúde sofridos na semana retrasada, quando precisou ser internado em um hospital de Paris. No local, ele tratou de um quadro de infecção urinária antes de retornar ao Brasil no início desta última semana.

O técnico explicou que procurou chamar um maior número de novidades na convocação para os dois últimos amistosos pelo fato de que não pode mirar apenas a Copa América, mas um trabalho a longo prazo que tem como principal objetivo o Mundial de 2022, no Catar.

"Era mais fácil manter a base, estrutura. Porque, vida útil, não tem alternância de performance, não te expõe, possibilidade de ganhar mais na Copa América. Eu tenho de entender, como profissional, que tem uma Copa do Mundo lá na frente. E que a preparação e o objetivo final são a Copa do Mundo", justificou Tite.

Em seguida, o treinador lembrou da Copa de 2018, na Rússia, onde o Brasil foi eliminado pela Bélgica nas quartas de final, mas ele considerou que alguns jogadores da seleção exibiram ótimo desempenho.

"Thiago Silva jogou muito a Copa do Mundo? Jogou muito. Miranda jogou muito? Jogou muito. Quem é o titular? Marquinhos. Porque ele tem uma projeção, e eu tenho que trabalhar para daqui a quatro anos. Agora é Marquinhos para compor a zaga, porque daqui para os outros dois é difícil eles estarem em alto nível. Pode até ser que estejam e podem aparecer, mas é difícil", completou.

Já ao ser questionado se a seleção brasileira tem a obrigação de ganhar o título da Copa América, até pelo fato de jogar em casa, Tite respondeu: "Ela tem que jogar bem. Tem que ter um grande desempenho. E isso se traduz em uma série de fatores, mas ela tem que jogar bem. Isso eu cobro dos atletas".

TREINADOR ESTUDOU DEIXAR A SELEÇÃO - E o técnico chegou a dizer nesta entrevista à TV Globo que só seguiu no comando da seleção por causa do futebol exibido pela equipe na etapa final do jogo contra a Bélgica no Mundial, no qual esteve próximo de conquistar um empate por 2 a 2 após terminar a etapa inicial em desvantagem de 2 a 0. No fim, a eliminação veio com uma derrota por 2 a 1.

"Ela (a seleção) tem que retomar o futebol do segundo tempo contra a República Tcheca, retomar o futebol de grande parte da campanha feita, das Eliminatórias feitas. Vamos pegar (o nível de atuação) a Copa do Mundo? Do segundo tempo contra a Bélgica. Eu só fiquei na seleção pelo grande desempenho no segundo tempo. A equipe não desestabiliza... E aí as pessoas observaram, viram, analisaram o resultado? Não, o resultado foi ruim, mas o desempenho. O torcedor viu. Quando ele nos encontrou quando descemos no aeroporto, ele veio nos considerar e nos afagar de alguma forma, ele viu, ele reconheceu de alguma forma", ressaltou Tite.

Ao ser questionado sobre os motivos que o levaram a pensar em deixar a seleção, o comandante lembrou de um episódio que aconteceu nas proximidades da casa de sua mãe, Ivone Bacchi, que faleceu no último dia 9 de março, aos 83 anos.

"Existe uma responsabilidade muito grande em termos familiares que eu carrego comigo. Não só o Tite que tá ali. Se fosse só por mim, eu vou pra dentro e vou trabalhar, mas eu tenho uma série de intenções maiores, e quando eu vejo que essa falta de respeito humana de estourar foguete perto da casa da minha mãe que faleceu, aí eu falei: 'Isso aí não'... Então eu tô expondo uma gama de pessoas que sabem que eu trabalho. Isso dói, isso fere. Mas quando eu tive o aval dela, que disse 'filho, segue', e aí tive também o aval dos meus irmãos, dos meus amigos, da minha filha e me deram a condição que eu tinha de continuar", explicou.

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