Segurança
Guaramirim é alvo de operação da Polícia Federal
A ação visa o combate ao tráfico internacional de drogas e cumpre mais de 530 ordens judiciais no Brasil e no exterior.
Uma mega operação da Polícia Federal cumpriu na manhã desta quinta-feira (30), mandados de busca e apreensão em Guaramirim e em pelo menos outras 17 cidades brasileiras e no exterior. A ação, busca a repressão ao tráfico internacional de drogas da América do Sul para a Europa, promovido por organização criminosa estruturada em duas grandes empresas de logística marítima sediadas nos portos de Rio Grande do Sul (RS) e Itajaí (SC).
Mais detalhes sobre a operação executada em Guaramirim não foram divulgados.
Intitulada Operação Hinterland, a ação da Polícia Federal e Receita Federal, conta com o apoio da Europol (Agência da União Europeia para Cooperação Policial), da SENAD/PY (Secretaria Nacional Antidrogas) e da Fiscalía, do Paraguai.
Pelo menos 200 policiais federais e 12 servidores da Receita Federal cumprem 17 mandados de prisão preventiva e 37 mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e Rondônia e em Assunção, no Paraguai. Também são executados os sequestros de 87 bens imóveis, 173 veículos, uma aeronave, bloqueios de contas bancárias vinculadas a 147 CPFs e CNPJs, 66 bloqueios de movimentação imobiliária de 66 pessoas físicas e jurídicas e a proibição de expedição de GTAs (Guia de Trânsito Animal) por quatro investigados, totalizando a execução de 534 ordens judiciais.
Com a ação, os prejuízos à organização criminosa podem chegar a R$ 3,85 bilhões, valor estimado das transações ilícitas identificadas durante o período da investigação.
A Operação Hinterland teve início em março de 2021, a partir de informações recebidas pela Polícia Federal de que 316 quilos de cocaína haviam sido apreendidos na cidade de Hamburgo, na Alemanha, em dezembro de 2020, a partir do Porto de Rio Grande.
A investigação indicou que a droga produzida na Bolívia era remetida para o Brasil por um fornecedor paraguaio e ingressava no país por Ponta Porã/MS. Posteriormente, a cocaína era transportada em caminhões até o Rio Grande do Sul e Santa Catarina e armazenada nas próprias empresas da organização criminosa ou em depósitos próximos aos portos de Rio Grande do Sul e Itajaí.
Ainda conforme as investigações, a droga era inserida em cargas regulares com a intervenção e coordenação da alta administração das empresas de logística, sem o conhecimento dos contratantes, proprietários das cargas lícitas (normalmente de insumos que poderiam mascarar a droga quando submetida aos controles alfandegários). Já no continente europeu, o grupo comprador do entorpecente, furtava a parte da carga regular que continha a cocaína, para distribuição em diversos países da Europa.
Em dois anos de investigação, foi comprovado que a organização criminosa movimentou 17 toneladas de drogas que tinham como destino a Europa, sendo que 12 toneladas foram apreendidas.
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