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Política

Candidatos prometem valorizar a indústria e não elevar impostos

A infraestrutura de transportes é a principal demanda da indústria de Santa Catarina para o próximo governo do estado. É o que mostra enquete realizada pela FIESC com 101 participantes

23 Set 2022 - 10h17Por Janici Demetrio
Candidatos prometem valorizar a indústria e não elevar impostos - Crédito: Fabrício de Almeida Crédito: Fabrício de Almeida

Os candidatos ao governo de Santa Catarina com representação na Assembleia Legislativa assinaram um documento em que firmaram com os industriais catarinenses o compromisso, caso eleitos, de valorizar a indústria, não aumentar a carga tributária e melhorar a infraestrutura de transportes. Esses temas integram os fundamentos da Carta da Indústria 2022, documento que norteou o Diálogo com os Candidatos, evento promovido pela Federação das Indústrias (FIESC), nesta quinta-feira (22) em Florianópolis.

“O momento atual é de grandes desafios, porém nos abre uma janela de oportunidades. Por essa razão, é fundamental que o governo a ser escolhido pelos catarinenses mantenha um diálogo permanente com o setor produtivo, com o objetivo de encontrar o equilíbrio entre o crescimento da atividade econômica e o desenvolvimento sustentável de nossa sociedade”, afirmou o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar.

A infraestrutura de transportes é a principal demanda da indústria de Santa Catarina para o próximo governo do estado. É o que mostra enquete realizada pela FIESC com 101 participantes nesta terça (20) e quarta (21). Dentre os respondentes, que podiam escolher mais de uma opção, 71 elencaram a infraestrutura como a principal prioridade. Na sequência aparecem a redução da burocracia, qualificação da mão de obra, logística, educação profissional, eficiência da máquina pública e política industrial. Clique aqui e veja a íntegra

Confira o resumo da apresentação dos 7 candidatos ao governo que participaram do Diálogo. As falas abaixo estão na ordem de apresentação dos postulantes, definida por sorteio.

Odair Tramontin: Em sua apresentação, ele defendeu a liberdade econômica e a necessidade de uma visão de longo prazo. “A interferência do Estado, a burocracia insana e o regramento excessivo são componentes do atraso e da dificuldade de se investir e de crescer”, disse. Ele destacou que o programa de governo dele foi construído com base em dois eixos: infraestrutura e qualificação da mão de obra. “Em primeiríssimo lugar, a infraestrutura. Ela não é mais gargalo. É um colapso. Dias atrás, empreendedores me disseram que, para escoar a produção, os caminhões andam a uma velocidade em torno de 30 km por hora. E, hoje de manhã, vindo de Blumenau, a 150 km daqui, demorei 3h30. Aí imaginei a angústia dos empreendedores que precisam transportar as mercadorias para os consumidores”, afirmou, salientando que as concessões rodoviárias são a alternativa. “Temos um outro compromisso muito firme que é a qualificação da mão de obra”, completou.

Décio Lima: Em seu discurso, ele destacou a importância da indústria. “Absolutamente ninguém pode governar Santa Catarina sem vocês”, disse, dirigindo-se à plateia de industriais presentes. Não há governo que possa trilhar caminhos de sucesso na economia e na vida das pessoas sem a presença de todos vocês, que são hoje um paradigma para o Brasil, destacou, lembrando que, Santa Catarina tem o sexto maior PIB do Brasil. “Não são vocês que têm que bater na porta do governador, mas sim o governador vai estar aqui debatendo os problemas, muitos deles já trazidos pela Carta da Indústria. Assumo o compromisso de não ser um governador de gabinete”, ressaltou, dizendo que sabe da angústia do setor produtivo em relação à falta de infraestrutura e os desafios da qualificação da mão de obra.

Esperidião Amin: Na sua apresentação, Amin destacou como áreas prioritárias a educação, a infraestrutura de transporte e investimentos em saúde. Ele disse que quem gera emprego não é o governo. “Se o governo afrouxar um pouco das rédeas ou os freios, o empreendedorismo do catarinense dará respostas extraordinárias”, disse, salientando que a capacidade de responder a desafios não é a capacidade do governo, mas sim do  empreendedor. Na área de educação, ele chamou a atenção para a importância da qualificação permanente. No campo da infraestrutura, disse que é necessário um plano consistente de investimento, principalmente nas rodovias estaduais. Ele também defendeu a reindustrialização do Brasil, a gestão pública orientada por resultados e o protagonismo nas concessões de rodovias, mas com um sistema regulatório eficiente.

Jorge Boeira: “Tenho convicção de que primeiro, para um país crescer, precisa ter respeito ao direito de propriedade. Segundo, precisa de um rigoroso controle das finanças públicas e investimentos em saúde, educação e ciência e tecnologia”, disse Boeira. Ele ressaltou que Santa Catarina tem uma produção com valor agregado e diversificação industrial, distribuída por todo o seu território. “No ano que vem, teremos um orçamento de R$ 45 bilhões. É o resultado dos impostos que pagamos. Portanto, a sociedade tem que participar da execução orçamentária. Não há condições de gerir o estado sem o apoio da sociedade e das entidades representativas do setor produtivo”, afirmou. “Venho do chão de fábrica. Como empresário, vejo a empresa de cima, da maneira como está construída e das relações dela com o resto da sociedade. Com a mesma visão de um empresário, o governador tem que olhar o estado de cima e entender o seu modelo de produção”, declarou. 

Carlos Moisés: Em sua apresentação, Moisés fez um balanço das ações do seu governo. Ele salientou que Santa Catarina tem a menor taxa de desocupação do país (3,9%), o que mostra a sua força empreendedora. “A Carta diz que a indústria teve que se reinventar nesse período de pandemia que passamos. E sou testemunha disso. Vivemos um tempo novo, de avançar. A infraestrutura é e continua sendo o carro-chefe do nosso governo”, disse, observando que o orçamento para infraestrutura rodoviária é de R$ 600 milhões. Ele também relatou as medidas de desburocratização, como a implantação do governo sem papel e os processos de autodeclaração do Instituto do Meio Ambiente (IMA), que representam 56% dos processos de licenciamento. Isso abre uma frente de trabalho para tirar da fila os projetos de menor impacto ambiental e atender a indústria, disse, destacando também ações na área de educação, energia e saúde. 

Gean Loureiro - Em sua participação, o candidato disse que o estado precisa de uma nova agenda industrial. “E quem vai apontar o caminho não é o governador, mas sim, vocês”, disse aos industriais presentes no evento. Ele também chamou a atenção para a importância da segurança jurídica para quem empreende. “Assumo o compromisso de não aumentar impostos como convicção de governo. A capacidade de tributar o cidadão e a indústria está no limite. E o que temos que fazer é uma gestão mais qualificada, reduzindo o custeio da máquina pública para garantir a capacidade de investimento. Temos esse compromisso de maneira clara”, afirmou. Ele também destacou a importância de reduzir a burocracia. “Sou da tese que o controle não pode ser no licenciamento, mas sim na fiscalização. Essa é a tendência dos países desenvolvidos, mas continuamos na teoria de que para autorizar o início de uma atividade, de uma empresa, é uma tormenta. Ninguém mais suporta a burocracia”, completou.  

Jorginho Mello: O candidato destacou a pujança da economia catarinense e ressaltou a contribuição da indústria para isso. “Quero valorizar a indústria. Ela é a locomotiva das outras atividades. É quem puxa, emprega e paga o maior volume de tributos”, disse. Na visão dele, se reduzir a carga tributária, o governo arrecada mais. “O setor produtivo tem que ser o guia do governo”, afirmou. Mello também destacou o trabalho dele enquanto senador, como a aprovação do Pronampe (programa nacional), que auxiliou na manutenção de empregos durante a pandemia. Jorginho explicou que a intenção é criar um programa similar no estado, com foco em micro e pequenos negócios. Ele também defendeu investimentos em infraestrutura, em energia, na área da saúde, principalmente para reduzir as filas nas cirurgias eletivas, e a ampliação do crédito para a área rural.

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