Operação Carne Fraca
Auditoria em frigorífico de Jaraguá deve ser finalizada hoje
Três auditores fiscais e um agente de inspeção chegaram pouco antes das 14h de segunda-feira (20) na empresa, localizada no bairro Santa Luzia. Após uma reunião para definições estratégicas, teve início uma auditoria.
A unidade da empresa Peccin Agro Industrial foi interditada de maneira cautelar na sexta-feira (17), durante a operação da Polícia Federal. Um dos sócios foi preso e deveria ser transferido de Joinville para a Superintendência da PF no Paraná ainda nesta segunda. A empresa diz que foram divulgadas "inverdades" sobre o seu sistema de produção" e que aguarda a apuração dos fatos.
A operação deflagrada em vários estados do país combate a venda de carnes vencidas ou de má qualidade em empresas brasileiras.
Há suspeita de desvio no padrão de qualidade na empresa. O trabalho da auditoria consiste em uma análise minuciosa da documentação e no recolhimento de produtos, desde a matéria-prima até o produto final.
Em nota, a empresa afirma que tem interesse em contribuir com as investigações e que está confiante de que os fatos serão esclarecidos. Segundo a Peccin Agro Industrial, "falsas alegações" culminaram na prisão preventiva.
Segundo o Mapa, a unidade, com 80 funcionários, processa aproximadamente 10 mil toneladas de alimentos por mês.
A previsão é de que os resultados da auditoria sejam emitidos em 20 dias. O superintendente do órgão em Santa Catarina, Jacir Massi, explicou que será feita uma coleta documental e de outra de amostras, que passarão pela análise de um laboratório.
“O trabalho considera o sistema de autocontrole, que compreende 18 aspectos do processo produtivo da indústria, desde o recebimento de matérias primas, pontos críticos de controle, controle de insetos e roedores, higiene pré-operacional, bem como uma análise de todos o sistema durante o processamento”, explicou Massi.
Conforme Massi, após a análise preliminar, os auditores irão para a planta industrial para um comparativo entre os registros de autocontrole e os processos da empresa. “Depois disso, a fábrica ficará em regime especial de fiscalização, nada entra nem sai sem ser inspecionado pelos fiscais”, resumiu.
Conforme o superintendente, a empresa interdutada em Jaraguá do Sul não é matadouro, ele apenas recebe carnes inspecionadas para serem processadas e transformadas em presunto, linguiça e salsicha.
“Amostras de matéria-prima, insumos e produto final serão coletadas e enviadas para análise em uma unidade do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) ou para um laboratório credenciado. Um laudo com o resultado da análise, se há insumos, ou seja, um dos ácidos que podem ser usados para mascarar a má qualidade dos produtos deve ser divulgado em até 20 dias”, concluiu.
Posição da empresa
A Peccin Agro Industrial afirmou que "os órgãos competentes saberão discernir a efetiva veracidade dos fatos que ora se alegam, ainda, conclama pela paciência e serenidade da sociedade para o esclarecimento dos fatos verdadeiros" e que "tem amplo interesse em contribuir com as investigações, em busca da verdade, estando inteiramente à disposição das autoridades policiais para prestar quaisquer esclarecimentos que se façam necessários".
A empresa ressaltou ainda que não tem qualquer vínculo com a Peccin S/A, indústria gaúcha de doces e chocolates.
FONTE: G1 SANTA CATARINA