Acidente
Motociclista morre após acidente com caminhão de lixo
Um motociclista de 44 anos, que entregava pizzas, morreu após colidir contra um caminhão da Engepasa, que presta serviço de coleta de lixo à Prefeitura de Jaraguá do Sul, na noite de segunda-feira (9). O acidente ocorreu às 22h e, segundo testemunhas, o caminhão estava na contramão da direção na Rua Expedicionário Antônio Carlos Ferreira, no Centro. A Polícia Civil está investigando o caso e pode classificar o acidente como homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Sidnei Berri sofreu ferimentos graves e morreu no Hospital São José, às 11h20 de terça-feira (10). Conhecido como "cabra", Sidnei trabalhava como latoeiro durante o dia e como entregador de pizzas à noite. A viúva da vítima, Holanda Berri, disse que ele tinha dificuldades para trabalhar porque ficara com seqüelas de outro acidente com motocicleta. Ela afirmou, em entrevista à Rádio Jaraguá AM, que a empresa não se manifestou à família sobre o acidente. "Não falaram nada, apenas mandaram uma coroa de flores. Agora, quero entrar na Justiça, porque ele estava trabalhando e passava por chuva e frio", disse. O corpo será enterrado no Cemitério da Vila Lenzi às 16h desta quarta-feira (11).
Julio Jullis, 40, é motorista licenciado da empresa Engepasa e, no dia 4 de junho de 2010, dirigia o caminhão quando atropelou um colega de trabalho, que subia no caminhão e foi abaixo do veículo quando ele entrou em marcha ré. A vítima morreu em seguida. Em entrevista à Rádio Jaraguá, na manhã desta quarta-feira, o motorista disse que os recolhedores de lixo sofrem riscos durante o trabalho por causa das atitudes imprudentes dos motoristas dos veículos. "A empresa oferece curso e manda os motoristas serem responsáveis, mas na prática é outra coisa", contou. "No campo, o trabalho funciona livremente. Os fiscais da empresa veem os motoristas do caminhão andaram em alta velocidade nas ruas, mas não fazem nada", afirmou.
Ele relatou que a prática dos motoristas de fazerem manobras perigosas enquanto os recolhedores estão subindo e descendo dos caminhões é comum. "Pelo que entendo, a empresa até aceita a alta velocidade dos motoristas, pelo fato de eles retornarem mais cedo ao pátio e darem mais lucros", afirmou. Jullis conta que possui vídeos que provam a atitude imprudente dos motoristas, como trafegar na contramão, além de que funcionários correm na frente do veículo amontoando as sacolas de lixo, que muitas vezes são arremessadas e rasgam. Ele também conta que os caminhões andam em marcha ré com os funcionários em cima, correndo risco de cair, e que e sempre alerta os colegas para tomarem cuidados durante o serviço. "As regras só estão no papel. Assim que o caminhão sai do pátio, é uma loucura", relatou o motorista, que afirma ter sido afastado da empresa depois do acidente em 2010 e depois de ter alertado os fiscais sobre as irregularidades no trabalho dos colegas.
Depois da entrevista do motorista, vários ouvintes da Jaraguá AM relataram, ao vivo, a imprudência dos veículos da empresa durante o serviço de coleta. A Emgepasa Solucões Ambientais não atendeu os telefonemas da redação durante a manhã desta quarta-feira.
DANIEL FILHO