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Governo usará posto Petrobras para reduzir preço de combustível
O governo Dilma vai usar a BR Distribuidora na tentativa de reduzir os preços dos combustíveis entre 7% e 10% para os consumidores já na próxima semana.
A medida do governo visa, na prática, acelerar o movimento de queda dos preços já esperado pelo mercado, mas que, na avaliação de técnicos, não está ocorrendo no ritmo desejável e pode não ser na intensidade calculada para combater a inflação.
A orientação do governo é que a subsidiária da Petrobras, dona de quase 50% do mercado de combustíveis no país, reduza seus preços nas vendas aos postos a partir desta semana.
Sozinha, a gasolina respondeu por quase um terço da alta de 0,77% da inflação medida em abril pelo IPCA, índice que baliza as metas perseguidas pelo Banco Central. Com o resultado, o IPCA acumulado em 12 meses chegou a 6,51%, ultrapassando o teto da meta oficial --4,5% ao ano mais tolerância de dois pontos percentuais.
A gasolina sofreu o impacto da disparada dos preços do etanol, utilizado em sua composição. O segundo, com peso pequeno no cálculo da inflação, teve altas acima dos 10% em março e em abril, o que levou a primeira a subir 6,26% no mês passado.
MESMO CAMINHO
Segundo um assessor de Dilma, os estudos do governo indicam que a BR pode reduzir seus preços por conta do fim da entressafra da cana, que elevou o valor do etanol, e de uma tendência de retração no preço do petróleo no mercado internacional.
O governo espera que a queda nos preços da subsidiária da Petrobras, que tem cerca de 7.000 postos no país, force as demais distribuidoras a adotar o mesmo caminho, levando os postos de gasolina a repassar essa redução aos consumidores.
Os postos não são obrigados a reduzir o preço ao consumidor, mas o governo conta com o fator "pressão" da BR Distribuidora, já que ela é dona da chamada bandeira do combustível comercializado por esses revendedores.
Independentemente da medida do governo, especialistas já esperam a queda dos preços da gasolina neste mês e no próximo. A LCA Consultores projeta quedas de 1% e 5%, respectivamente, devido à maior oferta de etanol.
Se confirmadas, essas quedas contribuiriam para a desaceleração da inflação.
O Ministério de Minas e Energia já havia determinado que a Petrobras elevasse sua participação na produção de etanol, para funcionar como regulador do mercado e evitar escassez de produto, principalmente no período de entressafra da cana.
Além disso, classificou o etanol como combustível passível de ser fiscalizado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), visando aumentar a fiscalização sobre produtores e revendedores do produto no país.
Fonte: Folha SP