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Com cheias, famílias elevam assoalhos e passam o dia agachadas

18 Mai 2012 - 13h35

A dez minutos do centro de Manaus, no bairro de Educandos, moradores afetados pela cheia do rio Negro se locomovem dentro de casa num novo assoalho chamado maromba.


Com as casas invadidas pelas águas, o novo piso elevado os obriga a passar a maior parte do tempo agachados.

No local, 800 casas estão alagadas, de acordo com a Prefeitura de Manaus. Nas palafitas de madeira e de alvenaria moram 3.985 pessoas.

O acesso às moradias é feito por passarelas de madeira ou canoas. Dentro das casas, a água atinge de um a cinco metros de profundidade.

Da janela da palafita, a dona de casa Maira Alves de Lima, 35, vê o nível do rio Negro subir todos os dias. Há 15 dias, ela, o marido e os quatro filhos --com seis, quatro e três anos, e um bebê de seis meses de idade-- convivem com água a dois metros de altura. Os móveis foram amarrados nas paredes.

Maira, de 1,60 m de altura, não consegue ficar em pé dentro de casa desde que construiu a maromba. "Fico muito tempo de cócoras, dói as costas, as pernas. É difícil para cozinhar, para fazer tudo."

O autônomo Odinei Mendonça da Paz, 65, também vive agachado dentro de casa. Sua cama foi presa no teto.

Ele reclama do lixo e do mau cheiro do lugar e diz que os moradores das margens do rio Negro já deveriam ter sido retirados pelo Prosamim (Programa Social e Ambiental dos Igarapé de Manaus), do governo do Amazonas.

"Essa cheia é a maior de todos os tempos, não tem para onde a gente recorrer. Eu durmo numa rede e escuto os bichos, cobra e peixe, se mexendo debaixo d'água", diz.


Ontem, o nível do rio Negro subiu mais dois centímetros, para 29,8 metros, um novo recorde histórico. A causa da elevação anormal das águas são as fortes chuvas no centro-norte do Amazonas.

Em Manaus, subiu de 16 para 21 o número de bairros alagados pelo rio. A cheia afeta 29.980 pessoas. Lojas e pontos turísticos no centro da cidade estão inundados.

A Prefeitura de Manaus disse que destinou R$ 13 milhões às famílias afetadas pela enchente. Com uma bolsa de R$ 600, segundo o município, os moradores podem alugar casas e repor bens perdidos.

O governo do Amazonas informou que o Prosamim retirou famílias das margens do rio Negro, no bairro de Educandos, em 2005, mas que não há previsão de remover famílias neste ano.

No Pará, as cheias dos rios Amazonas e Tapajós estão inundando cidades do oeste e já afetaram 115 mil pessoas, segundo a Defesa Civil. Há dez municípios em estado de emergência.

FOLHA.COM.BR

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