ECONOMIA
Juros futuros oscilam perto da estabilidade, com liquidez fraca e à espera da CCJ
Os juros futuros oscilam perto da estabilidade nesta segunda-feira, 22, com viés de baixa, acompanhando o sinal do dólar no mercado à vista, em meio a uma liquidez ainda reduzida. Investidores realizam ganhos no mercado de câmbio, após a moeda americana à vista ter acumulado alta de 1,07% na semana passada com as dificuldades de tramitação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A possibilidade de votação da PEC da Previdência na CCJ nesta terça-feira, 23, deixa o investidor em compasso de espera.
Nesta segunda, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reúne-se com o presidente Jair Bolsonaro e com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Em entrevista à rádio Eldorado pela manhã, o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), disse que um dos maiores problemas é a discussão da reforma dos militares. Para ele, o PSL tem feito sua parte, mas não tem culpa se Onyx (Lorenzoni, ministro da Casa Civil) não criou uma base. O parlamentar disse também que "a reforma é a que o Rodrigo Maia quer e não a que o governo quer".
Profissionais de renda fixa devem acompanhar, mais tarde, a reunião de representantes da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, para tratar sobre aumento de preço e a tabela de fretes.
No sábado, 20, o ministro Paulo Guedes reafirmou que a Petrobras é livre para definir os preços, após a divulgação de um áudio em que Lorenzoni aparece falando que o governo deu uma "trava" na Petrobras. De acordo com a entrevista, a equipe econômica estaria considerando aumentar a periodicidade de reajuste do diesel de 15 dias para no mínimo 30 dias.
Às 9h45 desta segunda, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 indicava 7,02%, de 7,03% no ajuste de quinta-feira (18), último dia útil antes do feriado de Páscoa. O DI para janeiro de 2023 estava a 8,21%, igual ao ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2025 apontava 8,76%, de 8,77% no ajuste de quinta-feira. No câmbio, o dólar à vista caía 0,17% neste mesmo horário, aos R$ 3,9234. O dólar futuro para maio subia 0,14%, aos R$ 3,9260.
Na Pesquisa Focus, do Banco Central, os economistas do mercado financeiro projetam manutenção da Selic (a taxa básica) no atual patamar, de 6,50% ao ano, pelo menos até junho de 2020, quando a taxa subiria para 6,75% ao ano. Até a semana passada, a elevação era esperada para maio de 2020. Conforme o Sistema de Expectativas de Mercado do relatório Focus, divulgado nesta segunda, a projeção do mercado é a de que a Selic suba ainda para 7,00% em julho do próximo ano.
Os analistas do mercado financeiro reduziram a expectativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, de 1,95% para 1,71%, ante a projeção de crescimento de 2,00% há quatro semanas. Para 2020, a previsão de alta do PIB caiu de 2,58% para 2,50%. Quatro semanas atrás, estava em 2,78%.