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ECONOMIA

Juros fecham em alta, em linha com dólar e desconforto com tuíte de Bolsonaro

06 Mar 2019 - 19h50Por Denise Abarca

O mercado de juros voltou estressado do feriado prolongado do carnaval, com taxas em alta nesta quarta-feira, 6, influenciadas pelo desempenho ruim do mercado de moedas emergentes e desconforto com o episódio do tuíte do presidente Jair Bolsonaro, na terça-feira, no qual publicou um vídeo de conteúdo obsceno e escatológico. Desse modo, as taxas que mais subiram foram as da ponta longa, mais sensíveis aos riscos externo e fiscal.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou a sessão estendida em 6,480%, de 6,470% no ajuste de sexta-feira, a do DI para janeiro de 2021 subiu de 7,162% para 7,19%. A taxa do DI para janeiro de 2023 encerrou em 8,34%, de 8,302%, e a do DI para janeiro de 2025 terminou em 8,90%, de 8,842%.

Como a sessão teve início às 13h na B3, a liquidez ficou abaixo do padrão, como esperado. O viés de alta das taxas na abertura foi ganhando força ao longo da tarde, na medida em que o dólar renovava máximas e rompia os R$ 3,80 até a casa dos R$ 3,84. O movimento foi atribuído ao exterior, onde a aversão ao risco penalizou, além das divisas de economias emergentes, também as ações e elevou a demanda pelos Treasuries, após afirmações do presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams. Ele afirmou que a maioria dos riscos à economia americana vem de fora dos Estados Unidos. Com direito a voto nas decisões de política monetária, ele comentou que não tem uma tendência particular para a trajetória dos juros, nesse cenário. Ao mesmo tempo, disse que a paciência do Fed não representa um compromisso para manter a taxa de juros onde está.

O dólar à vista fechou em R$ 3,8347 (+1,41%), maior valor desde 28 de dezembro.

Internamente, repercutiu mal nos mercados o tuíte de Bolsonaro, num momento em que o governo precisa fortalecer sua articulação política para tocar as reformas no Congresso. "O presidente deveria concentrar suas energias em aprovar a reforma da Previdência e não nesse assunto de importância zero", disse um gestor, afirmando ainda que o assunto ganha peso na medida em que os investidores ainda não viram Bolsonaro "colocando sua digital na reforma". "Mais importante seria o governo apresentar logo o texto dos militares e definir quem será o relator da proposta", completou. A expectativa é de que a proposta comece a tramitar na próxima semana, tão logo seja instalada na Câmara a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

O tuíte de Bolsonaro teve grande repercussão negativa na mídia internacional e o PT vai pedir que a Procuradoria-Geral da República investigue o presidente.

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