ECONOMIA
Comércio opera 6,1 pontos abaixo do pico registrado em outubro de 2014, diz IBGE
Apesar do ligeiro crescimento da taxa que mede as vendas do varejo no mês de março, de 0,3%, e do varejo ampliado, de 1,1%, na comparação com o mês anterior, o setor ainda não conseguiu recuperar as perdas sofridas desde outubro de 2014, o maior patamar atingido pelo índice.
De acordo com a gerente da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, Isabella Nunes, "o comércio ainda tem muito caminho a percorrer porque a recuperação ainda não compensou as perdas sofridas desde outubro de 2014", afirmou Nunes em entrevista coletiva após a divulgação da taxa. "Está operando 6,1 pontos do que operava no pico outubro de 2014", disse.
Ainda de acordo com ela, "indicadores de tendência mostram trajetória de desaceleração do varejo".
"O resultado foi positivo em 0,3%, mas ele teve um predomínio de taxas negativas entre as atividades. Entre as que apresentaram recuo, hipermercado e combustíveis foram os que mais pesaram", informou Nunes, lembrando que as duas atividades tiveram evolução de preços recentes de março para fevereiro, tanto alimento em domicílio como combustíveis, o que foi compensado pelo aumento de vendas dos produtos farmacêuticos, cujos preços também aumentam em abril.
Mesmo positivo também em 0,3%, o crescimento acumulado no ano é o menor de uma série de 21 resultados positivos, ressaltou Nunes.
Já na comparação com março de 2018, a queda de 4,5% do varejo restrito em março interrompeu série de sete meses de taxas positivas e foi o resultado mais negativo desde dezembro de 2016. "Essa comparação está bastante influenciada pelo efeito calendário, já que o carnaval não ocorreu em fevereiro como no ano passado. Mas a influência mais significativa ocorre pelo deslocamento do feriado de Páscoa, que em 2019 foi em abril, e no ano passado a receita ocorreu em março", explicou.
O segmento de hipermercados recuou 5,7% em março contra março 2018 e acumulou de janeiro a março queda de 0,9%, o primeiro resultado negativo depois de 21 meses positivos nessa comparação. O peso dos hipermercados é de quase 50% do índice, segundo Nunes.