ECONOMIA
Bolsas da Europa fecham em queda com Itália e recuo em papéis de bancos
Os mercados acionários europeus fecharam em queda nesta terça-feira, 28, com o acirramento das tensões em torno do governo da Itália, que respondeu duramente aos rumores de que a Comissão Europeia pretende aplicar multa no país pelo não cumprimento de exigências fiscais. Além disso, o mercado segue avaliando as eleições para o Parlamento Europeu, que evidenciaram o avanço de grupos eurocéticos de extrema-direita, embora em número insuficiente para formar maioria. O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou o pregão cedendo 0,16%, aos 375,40 pontos.
A reação do vice-premiê italiano, Matteo Salvini, à hipótese de uma multa bilionária ao país por má gestão orçamentária preocupou os mercados. O líder, que está fortalecido após o avanço de seu partido, a Liga, no Parlamento Europeu, disse que usaria "todas as suas energias" para "mudar essas regras antigas e obsoletas".
No país, o índice FTSE MIB, da Bolsa de Milão, fechou em baixa de 0,50%, aos 20.260,98 pontos. Grandes perdas foram observadas no setor bancário, que pode ser afetado pelo agravamento das tensões em torno da dívida pública do país. O Sanpaolo recuou 1,11%; FinecoBank, 1,98%; o Unipol Gruppo, 1,63%; e o UniCredit, 1,44%.
O comissário da União Europeia (UE) para Assuntos Econômicos e Financeiros, Pierre Moscovici, chegou a comentar a situação da Itália no bloco, dizendo que irá buscar diálogo, mas que medidas podem ser necessárias para que o país esteja em conformidade com as regras fiscais do bloco. "Eu não estou favorecendo sanções", acrescentou Moscovici.
Os investidores também seguem avaliando possíveis impactos do avanço dos eurocéticos no Parlamento Europeu, apesar de parlamentares pró-UE continuarem em maioria. Ainda sobre o bloco, pela manhã, foi divulgado o índice de confiança do consumidor da zona do euro, que subiu a -6,5 em maio, sem força, no entanto, para levar os mercados acionários para o campo positivo.
Na Alemanha, por outro lado, o índice de confiança do consumidor GfK caiu de 10,2 para 10,1 de maio para junho, frustrando as expectativas. O índice DAX 30, da Bolsa de Frankfurt, encerrou o dia perdendo 0,37%, aos 12.027,05 pontos, onde também foi verificada perda no setor bancário - o Deutsche Bank caiu 2,13%. A Deutsche Post, empresa alemã de serviços postais, cedeu 1,61%.
Depois do feriado da segunda-feira, 27, o índice FTSE 100, da Bolsa de Londres, encerrou o dia caindo 0,12%, aos 7.268,95 pontos. Um dos bancos mais importantes do Reino Unido, o Lloyds Banking caiu 1,52%. Já a Old Mutual, empresa que atua no setor de investimentos, despencou 6,12%.
Em Paris, onde o índice CAC 40 caiu 0,44%, fechando aos 5.312,69 pontos, nem os ganhos observados em montadoras importantes, como a Peugeot (+4,62%) e a Renault (+0,84%), ainda repercutindo a proposta anunciada na segunda-feira de fusão entre esta última e a Fiat, foram suficientes para deixar os indicadores no campo positivo. Na bolsa local, o banco Société Générale caiu 1,95%, seguindo a tendência observada em toda a Europa.
Na Bolsa de Madri, o índice Ibex 35 recuou 0,27%, aos 9.191,80 pontos. Por lá, o Banco Santander perdeu 0,48%. O índice PSI 20, da Bolsa de Lisboa, cedeu 0,67%, aos 5.106,69 pontos.