ECONOMIA
Bolsas da Europa fecham em queda acentuada com agravamento de tensões comerciais
As bolsas da Europa reduziram as perdas mas ainda fecharam com queda acentuada o primeiro pregão desta semana, após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado no domingo aumento de 10% para 25% nas tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos importados da China e ameaçado tarifar mais US$ 325 bilhões em 25% "em breve", num momento em que as duas maiores potências econômicas do mundo negociam um acordo comercial.
A notícia gerou apreensão em investidores e analistas, que interpretaram a decisão de Trump como um sinal das dificuldades de consenso entre as partes. Há, porém, aqueles que veem o movimento do presidente americano apenas como mais uma jogada estratégica antes da chegada do vice-premiê chinês, Liu He, a Washington para mais uma rodada de negociações, prevista para o dia 8 de maio.
O índice Stoxx 600 fechou em queda de 0,88%, aos 386,95 pontos. A bolsa de Frankfurt caiu 1,01%, para 12.286,88; Paris baixou 1,18%, aos 5.483,52; Milão teve retração de 1,63%, aos 21.409,29 pontos; Madri cedeu 0,84%, aos 9.331,00 pontos e Lisboa recuou 1,45%, para 5.301,30 pontos. A bolsa de Londres não operou devido a um feriado local.
Entre os destaques de queda neste pregão estão as montadoras, que têm grande parte do seu faturamento decorrente de exportações. As ações da BMW caíram 2,21%, acompanhadas por Daimler (-2,05%), Fiat (-2,24%) e Renault (-2,32%).
O endurecimento de Trump nas tratativas comerciais sugere que as negociações entre autoridades americanas e europeias sobre comércio poderão seguir no mesmo caminho, o que causa apreensão não só em empresários, mas também nos investidores. Com isto em foco, os dados macroeconômicos da zona do euro divulgados nesta manhã, que revelaram um panorama melhor que o esperado por analistas, ficaram em segundo plano.
As vendas no varejo da zona do euro ficaram estáveis de fevereiro para março, ante previsão de queda de 0,1%, e o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da região baixou menos que o esperado, com a atividade na Alemanha - maior economia do grupo - avançando mais do que o estimado.