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ECONOMIA

Bolsa cai e perde os 98 mil pontos em movimento de realização de lucros

15 Fev 2019 - 20h04Por Antonio Perez

O Ibovespa operou nesta sexta-feira, 15, descolado tanto do otimismo externo quanto dos demais ativos domésticos. A despeito da apreciação do real e da queda das taxas futuras ao longo da tarde, a bolsa brasileira fechou no vermelho, abaixo da linha dos 98 mil pontos, em uma realização de lucros após a disparada do índice na reta final do pregão de quinta-feira.

Com máxima de 98.237,80 pontos e mínima de 97.083,07 pontos, o Ibovespa encerrou os negócios aos 97.525,91 pontos, queda de 0,50%. Apesar da perda de fôlego nesta sexta-feira, o índice acumulou alta de 2,29% na semana e zerou as perdas no mês.

Entre as blue chips mais ligadas ao ambiente externo, os papéis PN da Petrobras caíram 0,41%, na contramão da alta superior a 2% das cotações do petróleo. Já a ação da Vale subiu 0,48%, a despeito da prisão pela manhã de oito funcionários da companhia, envolvidos na investigação sobre o rompimento da barragem de Brumadinho (MG). Entre as maiores queda do Ibovespa, estiveram as ações da Kroton (-6,21%) e da Estácio (-5,20%), abaladas pela intenção de Bolsonaro de dar início a uma "Lava Jato da Educação", para garantir que investimentos na área sejam bem aplicados.

Para o analista da Necton Álvaro Frasson, uma correção do Ibovespa era esperada, já que a alta de quinta foi muito forte e em pouquíssimo tempo, o que acabou gerando excessos. Além disso, o fato de a economia brasileira se recuperar em ritmo mais lento que o esperado - como mostrou o IBC-Br de 2018 (alta de 1,15%, abaixo da mediana de 1,30% apurada pelo Projeções Broadcast)- diminuiu um pouco o apetite dos investidores. "Com a atividade fraca e a possibilidade de revisão das projeções para o PIB, houve espaço para uma realização na bolsa", diz Frasson.

Para um experiente operador, com a proximidade do vencimento de opções de ações, na segunda-feira, e a 'gordura' acumulada na arrancada de quinta, o investidor que acabou deixando de lado o bom humor externo e certo otimismo com o possível desenlace da disputa entre Carlos Bolsonaro, filho do presidente, e o Secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno. "Os movimentos na bolsa foram mais técnicos, não houve influência do componente político, como se viu no dólar e nos juros", afirma.

O Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou ao longo da tarde que o presidente Jair Bolsonaro teria decidido manter Bebianno no cargo e afastar seu filho Carlos de questões relacionadas ao governo. A pacificação no Palácio do Planalto é vista pelo mercado como essencial para que haja uma interlocução fluida no Congresso. Com os negócios praticamente encerrados, a colunista Sonia Racy informou que a permanência do secretário-geral da Presidência não estava garantida. Mais cedo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu mais uma vez a capacidade de articulação política de Bebianno e sinalizou que, caso o governo demore a resolver o imbróglio, há risco para o andamento da reforma da Previdência.

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