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Glúten: parte 2

16 Mar 2020 - 07h30Por Cristiane Molon

A polêmica sobre o glúten vem pelo desconhecimento da população e da área médica que acham que somente os celíacos não deveriam consumi-lo. Estes têm uma alteração genética que os predispõem a reações imunológicas muito sérias, mas que nem sempre aparecem como o que poderíamos dizer como o "perfil do celíaco": magro, desnutrido e com diarreias crônicas. Esses sintomas ocorrem apenas em um entre oito celíacos.

Muitas vezes, o diagnóstico é tardio (50-60 anos). Após passar por muitos desconfortos e consultas médicas, são finalmente diagnosticados através de outros sintomas, como tireoidites de Hashimoto, obesidade, artrites, fibromialgias, diabetes, enxaquecas, obesidade, candidíase. 

Existem muitos artigos sobre glúten e doenças celíacas relacionadas a outras doenças, como gastrites, doenças autoimunes, neuropatias, depressão, esquizofrenia, esteatose hepática (gordura no fígado), lúpus. E, existe um denominador comum entre estas patologias: hipermeabilidade intestinal. Ela gera uma alteração da microbiota intestinal, que ocorre, principalmente, pela ingestão de alimentos que não conseguimos digerir. O glúten é um deles. 

Quando o glúten é introduzido antes dos dois anos de idade na dieta (quando o intestino ainda não está totalmente "maduro") e, por vezes, com alta frequência, acontece que uma das porções do glúten, a gliadina, que nós não digerimos, entra no organismo como se fosse um corpo estranho, uma toxina, levando à produção de anticorpos. Com o tempo e ingestões repetidas durante a vida (pizzas, bolos, pão, massas), a cada ingestão do glúten, começa a ocorrer uma sensibilização do sistema antígeno/anticorpo. O sistema imunológico se confunde e começam a aparecer sinais e sintomas diversos, pois cada um responde da sua maneira (individualidade genética), e as doenças autoimunes se iniciam.

O glúten é uma proteína de difícil digestão para qualquer pessoa. O consumo frequente e em grande quantidade pode facilmente gerar intolerância imunológica e, a partir daí, as reações contra o glúten vão depender da predisposição e do equilíbrio nutricional.  

O ideal é que 70% das proteínas sejam digeridas como pequenos peptídeos, enquanto os 30% restantes devem ser absorvidos como aminoácidos. Normalmente, o intestino saudável elimina as proteínas não digeridas e parcialmente digeridas como fezes. Se a digestão não estiver boa, mesmo depois de cozidas pelo ácido do estômago e moídas, algumas proteínas do glúten permanecem teimosamente intactas. O muco que reveste o intestino protege nossa corrente sanguínea dessas proteínas teimosas. Deveríamos eliminar todas as proteínas mal digeridas, mas, em algumas pessoas, essas proteínas passam entre as células da parede do intestino para a corrente sanguínea, causando inflamação e gerando a produção de anticorpos onde houve o vazamento. As proteínas do glúten podem causar danos nos tecidos que elas entraram em contato.

Se você apresenta risco de ter vazamento intestinal, pode fazer o glúten não digerido passar para a corrente sanguínea. Só que o intestino é programado para absorver nutrientes através das células no revestimento intestinal, não pelos espaços entre essas células. Quando a absorção ocorre entre as células, a função protetora do intestino é impedida e aí começam os problemas. Sendo assim, você pode absorver proteínas do glúten mal digeridas, toxinas, aditivos químicos. Existem bactérias que são de dentro do intestino, mas que em algumas situações podem aparecer em outros órgãos. Chamamos isso de translocação bacteriana.

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