Carménère: da extinção ao trono chileno
Originária da França, ela passou mais de um século sumida, como uma uva extinta
O mundo dos vinhos é encantador e cheio de boas histórias. Cada variedade de uva tem uma trajetória e as vinícolas, os terroirs, os meios de produção também. Por isso, nunca falta aprendizado e curiosidade.
Aliás, uma boa personagem é a Carménère. Originária da França, ela passou mais de um século sumida, como uma uva extinta. Isso porque, por volta de 1870, os vinhedos foram devastados por uma praga e, na época, achou-se que nenhum exemplar havia resistido.
Mas, para a nossa sorte, a Carménère foi redescoberta anos atrás, na década de 1990, e está aí, ostentando a coroa de rainha dos vinhos chinelos. Como isso aconteceu? É que ela viajou milhares de quilômetros na bagagem os imigrantes europeus e, na América do Sul, passou anos se desenvolvendo, sempre confundida com outra uva, a Merlot.
Até que, recentemente, estudiosos confirmaram que, na verdade, tratava-se da Carménère, ali disfarçada e superdesenvolvida. Hoje, ela é tida como uma uva emblemática do Chile e, por isso, existe no mercado uma infinidade de opções, sempre acompanhada da bandeirinha do país.
Aliás, falando no Chile, vale comentar que ele é um dos principais exportadores mundiais de vinho e o Brasil é um dos seus compradores mais relevantes. Entre as vinícolas mais conhecidas está a famosa Concha y Toro, que produz cerca de 1% de todo o vinho consumido no globo.
Por tudo isso, vale, cada vez mais, dar uma escapada para viajar pelo país, seja lá, aos pés da Cordilheira dos Andes, ou aqui, com uma taça de Carménère nas mãos. Vamos?