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Em Brasília, Côrte defende menos governo e mais governabilidade

12 Nov 2015 - 17h12

Em debate com o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, nesta quarta-feira (11), em Brasília, o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, citou o primeiro-ministro da Índia, Shri Narendra Modi, para defender menos governo e mais governança. No painel, realizado durante o Encontro Nacional da Indústria (ENAI), Côrte destacou que no caso brasileiro há hoje a conjunção de alguns fatores que tornam a crise mais séria. “Poderíamos falar de uma crise econômica, política e ética. Talvez estejamos nos aproximando de uma crise social em face do aumento acelerado do desemprego. Acho que também uma crise de governança. Está se acentuando uma paralisia no País”, disse. Côrte questionou Meirelles sobre como estabelecer um processo de correção e ajuste recolocando a indústria no centro da estratégia de desenvolvimento do Brasil.


Meirelles disse que a resposta é a mesma que foi dada pelo primeiro-ministro da Índia: menos governo, mais governança. “Isto é, dando mais condições para a inciativa privada crescer, se desenvolver”, afirmou. Em sua apresentação, Meirelles destacou que é necessário enfrentar não só a agenda de curto prazo, mas os problemas estruturais do País. Entre eles, destacou a necessidade de melhorar a qualidade da educação, com vistas à melhoria da produtividade do trabalho; a tributação elevada, que hoje equivale a de países europeus e cuja redução passa pela diminuição do gasto público; os custos altos da energia e de transporte e a burocracia.

Ao avaliar o painel realizado com parlamentares no evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Côrte considerou que o acirrado debate entre representantes governistas e da oposição mostra a divisão do País. “O Congresso reflete o que pensa a média da sociedade brasileira. Foram eleitos pela sociedade brasileira. Nós precisamos é mudar o nosso comportamento e fazer um acompanhamento mais de perto para que de fato o Congresso paute medidas que possam estimular o retorno do crescimento da nossa economia”, avaliou.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, destacou, em seu discurso durante a abertura do evento, que os diagnósticos são conhecidos e que é hora de partir para a ação. Defendeu a construção de consensos e firme decisão política para fazer as reformas que o Brasil necessita para crescer. Aos 2 mil empresários que estão no ENAI chamou a atenção para a reforma da Previdência, para avanços no sistema tributário, nas relações de trabalho e na regulação das concessões.

Ele destacou ainda a importância de os empresários se mobilizarem para viabilizar as reformas que vão elevar a competitividade da indústria. “O momento exige transformações abrangentes. É preciso que o setor público se comprometa com uma profunda melhoria do ambiente de negócios no Brasil. A agenda passa pelo reequilíbrio macroeconômico, pois a estabilidade e a previsibilidade são condições fundamentais para o crescimento. Mas o ajuste precisa ser rápido e cirúrgico para minimizar os custos que o acompanham”, declarou Andrade, que foi aplaudido quando rejeitou a ressurreição da CPMF.


Presente, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, completou que a disputa política não pode prejudicar a implementação das reformas. “Essa agenda demanda um mínimo de entendimento político. A indústria tem a responsabilidade de, ao lado de outras forças sociais, clamar por um entendimento político que permita que se promova o entendimento em torno de uma agenda mínima que não se destina a ajudar esse governo, mas uma agenda de Estado”, afirmou.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu o ajuste fiscal no curto prazo, para que o País possa enfrentar as questões estruturais. “Precisamos primeiro de segurança fiscal, sem a qual as pessoas se retraem”, afirmou, mas ressalvou que é necessário trabalhar na receita e nos gastos do poder público. Disse que a presidente Dilma está atenta a isso, inclusive para olhar questões como a Previdência Social.

“Precisamos das reformas da Previdência, Tributária e Trabalhista para estimular o emprego, porque a legislação que temos hoje é um desestímulo à criação de novos empregos. Há um conjunto de medidas que devem ser tomadas para que o País possa encontrar o caminho do desenvolvimento sustentável”, resumiu Côrte.

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