IPTU
VARIEDADES

Operação desmonte

16 Abr 2019 - 08h00Por Fernanda Nunes, Guilherme Sobota, Julio Maria, Leandro Nunes, Thais Ferraz, especial Para o Estado,

A Petrobras iniciou o corte em seu programa de patrocínio cultural com a retirada de verbas de sete projetos das áreas audiovisual, três de música e um de teatro. Ao todo, a empresa deixou de renovar 11 iniciativas que "historicamente contaram com patrocínio". Outros dois, na mesma condição, já não tinham sido contemplados em anos anteriores: os festivais de teatro Porto Alegre em Cena e o Festival de Curitiba.

Na lista dos projetos que não foram renovados estão algumas das mostras de cinema mais tradicionais do Brasil: Festival do Rio, Mostra de Cinema de SP, AnimaMundi, Festival de Cinema de Brasília, Festival de Cinema de Vitória, Sessão Vitrine e CineArte (SP). Na música, saem da lista de beneficiados o Prêmio da Música Brasileira, realizado há 30 anos no Rio de Janeiro, o Clube do Choro, uma das principais casas de música de Brasília, e a Casa do Choro, no Rio de Janeiro. As artes cênicas perdem o patrocínio do Teatro Poeira, no Rio.

Essas são as primeiras medidas desde que a empresa decidiu rever o seu programa de patrocínio, neste ano. Como antecipou o Estadão/Broadcast, no início de fevereiro, a empresa avalia romper contratos firmados nos governos anteriores, principalmente com grandes grupos de teatro e cinema. Na nova gestão, o foco passará a ser em educação na primeira infância, ciência e tecnologia.

"A Petrobras segue realizando apoio a projetos culturais. O orçamento para patrocínios, assim como diversas outras áreas, sofreu redução à luz do Plano de Resiliência divulgado no dia 8/3/19. Por essa razão, tivemos projetos nas áreas de audiovisual e artes cênicas já concluídos, que não foram renovados. Os contratos vigentes estão em andamento e com seus desembolsos em dia", afirmou a empresa em nota oficial, acrescentando que a intenção é readequar seu orçamento e alinhar o apoio cultural ao seu posicionamento de marca. Até então, a ideia era ter o seu nome associado aos artistas brasileiros reconhecidos pela excelência em suas áreas.

A notícia de revisão do programa de patrocínio da Petrobras motivou dois deputados federais do PSOL - Áurea Carolina e Ivan Valente - a questionar a estatal. Em documento oficial, a empresa respondeu aos parlamentares. No texto, diz que o "orçamento de 2019 está dimensionado para honrar contratos vigentes e projetos oriundos da chamada pública de música cujos resultados serão divulgados". Um edital aberto no final do ano passado deve contemplar com R$ 10 milhões no total 19 músicos de 2 mil inscritos. A divulgação dos vencedores já foi adiada por duas vezes.

A empresa afirma ainda que utiliza três autores para repensar seu novo programa de patrocínio, que ainda está em estudo - Heckman, Rolnick e Grunewald. Não informa, porém, as razões de os três autores terem sido escolhidos. Os três são economistas norte-americanos que têm estudos na área de educação. James Heckman recebeu o Prêmio Nobel de Ciências Econômicas em 2000 e defende que investir na infância é mais eficaz do que distribuir renda. Rob Grunewald e Arthur Rolnick assinam artigos sobre os benefícios da educação na primeira infância para o desenvolvimento.

O empresário José Maurício Machline conta que tudo estava acertado para que seu Prêmio da Música Brasileira seguisse com o patrocínio. "Eles afirmaram que, de todos os patrocinados, o Prêmio era o que mais dava retorno para a marca. Pediram então um projeto ainda maior de circulação e eu fiz, mas agora veio essa decisão." Ele afirma que já está no mercado para conseguir captar verba via Lei Rouanet para fazer a próxima edição da festa. "Já tenho aprovação para esse projeto." Se não tivesse, seria certamente impedido, desta vez, pelas mudanças na Lei Rouanet prestes a serem anunciadas pelo governo federal, que vai baixar o teto por projeto, de R$ 60 milhões para R$ 1 milhão.

BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) gastará em patrocínios culturais neste ano R$ 5 milhões. O valor do orçamento é três vezes inferior ao de 2017, quando o banco de fomento investiu R$ 15,5 milhões com esse fim. Em 2018, foram gastos R$ 8,1 milhões. O orçamento de 2019 é 38% inferior ao do ano passado.

Em nota, a assessoria de imprensa explicou que a queda no orçamento para patrocínio cultural se deve à queda na receita operacional bruta. "Qualquer alteração no regulamento de patrocínio é de alçada do Conselho de Administração do BNDES", diz a nota enviada pelo BNDES. O banco informou ainda que dará prioridade, neste ano, aos projetos ligados à literatura.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Matérias Relacionadas

Variedades

Seis percepções revolucionárias sobre jogos de azar que você não sabia

Seis percepções revolucionárias sobre jogos de azar que você não sabia
Esportes

Criciúma se despede da Copinha após ser eliminado pelo São Paulo

Com essa campanha, o Criciúma se tornou um dos quatro clubes de Santa Catarina a alcançar a semifinal da Copinha, juntando-se a Joinville (1988), Figueirense (2008) e Avaí (2009) nesse seleto grupo
Criciúma se despede da Copinha após ser eliminado pelo São Paulo
Geral

Falso alarme de incêndio em prédio da Rua Roberto Seidel, Corupá

Bombeiros são acionados após morador fazer churrasco no terceiro andar
Falso alarme de incêndio em prédio da Rua Roberto Seidel, Corupá
Geral

Tarifas de saneamento terão reajustes a partir de fevereiro, em Jaraguá do Sul

Os reajustes são deliberados pela Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento ARIS
Tarifas de saneamento terão reajustes a partir de fevereiro, em Jaraguá do Sul
Ver mais de Variedades