Saúde
Jaraguá participa de videoconferência estadual sobre dengue
Jaraguá do Sul é um dos municípios infestados pelo mosquito Aedes aegypti
Integrantes da Sala de Situação de Jaraguá do Sul – criada pela Secretaria Municipal de Saúde há um mês para definir ações de controle do mosquito Aedes aegypti –, participaram de uma videoconferência na tarde desta terça-feira (24). A reunião aconteceu no Centro Integrado Regional da Defesa Civil do Estado, localizado na frente da Arena Jaraguá e foi coordenada pela Sala Estadual de Situação de Coordenação e Controle do Aedes aegypti de Florianópolis, com representantes das regiões de Jaraguá do Sul, Canoinhas, São Miguel do Oeste, Maravilha, Araranguá, Xanxerê, Joinville, Itajaí, Rio do Sul e Joaçaba.
O objetivo principal foi fortalecer ações para prevenção, além de atualizar os dados relativos aos números da dengue em Santa Catarina, onde ficou constatado que em 2019 houve quase dois mil focos em 167 municípios catarinenses. O número de municípios este ano tem três a mais que em todo o ano de 2018, Jaraguá do Sul é um deles, incluído na lista de infestados pelo mosquito Aedes aegypti em março deste ano. O Diretor de Vigilância em Saúde, Dalton Fischer, disse que a videoconferência foi importante para fortalecer os elos e pensar ações ao controle do Aedes aegypti em todo o Estado, já que o mosquito está presente em Santa Catarina.
A região Oeste do Estado está com a maioria dos municípios na lista de infestados e mais de 80% dos municípios catarinenses estão com risco elevado de infestação. Até o momento foram notificados 1.722 casos de dengue, sendo que 185 confirmados, dos quais 143 autóctones (transmissão dentro do Estado), 28 importados e mais de 11 mil focos do mosquito. “A queda nas temperaturas pode diminuir os números de casos, mas as ações são importantes para reduzir estes índices na próxima temporada”, destaca o gerente de zoonoses da Dive/SC, João Fuck, que conduziu a apresentação dos dados.
Fuck alertou ainda que a prevenção é responsabilidade de todos, uma vez que locais com água parada são perfeitos para reprodução do mosquito. “Todos precisam ajudar. Vistoriar quintais, descartar corretamente o lixo, manter as caixas d’água fechadas. Atitudes simples que são fundamentais para evitar a proliferação do mosquito”, afirmou.
Raquel Bittencourt, superintendente de Vigilância em Saúde, lembrou que a Secretaria de Estado da Saúde tem como prioridades as ações voltadas para a redução do número de focos. “Já fizemos reuniões com entidades de classe. Pedimos apoio de vários setores. O órgão público faz sua parte, mas também precisa o envolvimento da sociedade civil. Só assim vamos conseguir evitar a transmissão de dengue, zika e chikungunya”, destacou.
Salas Municipais
Durante o encontro, alguns municípios puderam compartilhar ações exitosas no controle ao mosquito. Ainda na reunião, a Vigilância Sanitária informou sobre o envio de documento para os prefeitos através da Federação Catarinense dos Municípios (FECAM) para a instalação de eco-pontos para o recolhimento dos pneus. Entre os dias 13 e 17 de maio haverá uma ação estadual de recolhimento dos pneus pela Reciclanip, uma entidade que faz a coleta e dá o destino correto aos pneus que não podem mais ser usados para rodagem.
Sala de Situação Municipal
Na última semana de março deste ano, a Prefeitura de Jaraguá do Sul, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, instituiu a chamada Sala de Situação em função de o município ter sido incluído na lista de cidades catarinenses infestadas pelo mosquito Aedes aegypti, de acordo com a atualização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC), vinculada à Superintendência de Vigilância em Saúde (SUV), da Secretaria de Estado da Saúde.
A primeira reunião da Sala de Crise ocorreu na sexta-feira (22), no auditório da Vigilância em Saúde, tendo a presença de representantes das secretarias municipais de Saúde, Educação, Planejamento e Urbanismo (Setor de Fiscalização de Posturas), Samae, Fujama e Diretoria de Comunicação e Jornalismo.
Atualmente, os 13 agentes de endemias monitoram 637 armadilhas semanalmente, além de mais de 172 pontos considerados estratégicos para o controle do Aedes aegypti. Entre 2017 e 2018, foram feitas mais de 60 mil visitas a estes locais de monitoramento periódico.
A partir da instalação da Sala de Situação, várias ações devem ser tomadas para o combate ao mosquito, envolvendo boa parte das secretarias, fundações e autarquias municipais.
Sobre a dengue
Dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado.
Normalmente, a primeira manifestação é a febre alta (39 °C a 40 °C) de início abrupto, que tem duração de 2 a 7 dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, a dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.
Com a diminuição da febre, entre o 3º e o 7º dia do início da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite. No entanto, alguns pacientes podem evoluir para a forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais de alarme, que podem indicar o deterioramento clínico do paciente.
Na presença de sinais e sintomas, o paciente deve se dirigir imediatamente ao serviço de saúde e, caso já tenha sido atendido antes, deve retornar. Pessoas que estiveram, nos últimos 14 dias, numa cidade com a presença do Aedes aegypti ou com a transmissão da dengue e apresentarem os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para o diagnóstico e tratamento adequados.