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Saúde

Jaraguá entra na lista de municípios infestados pelo Aedes aegypti

Primeira reunião ocorreu na sexta-feira (22), no auditório da Vigilância em Saúde

25 Mar 2019 - 11h30Por Janici Demetrio

A Secretaria de Saúde de Jaraguá do Sul instituiu a chamada Sala de Situação em função de o município ter sido incluído na lista de cidades catarinenses infestadas pelo mosquito Aedes aegypti, de acordo com a última atualização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC). 

A primeira reunião da Sala de Crise ocorreu na sexta-feira (22), no auditório da Vigilância em Saúde, tendo a presença de representantes das secretarias municipais de Saúde, Educação, Planejamento e Urbanismo (Setor de Fiscalização de Posturas), Samae, Fujama e Diretoria de Comunicação e Jornalismo. 

De acordo com o Diretor de Vigilância em Saúde, Dalton Fernando Fischer, a inclusão de Jaraguá do Sul na listagem da Dive/SC se deve especialmente aos focos do mosquito transmissor da Dengue encontrados este ano, pelos agentes de endemias no bairro Vila Baependi. A situação é inédita em Jaraguá, conforme o diretor.

Dos 24 focos do mosquito transmissor da dengue encontrados no município este ano, oito foram na Vila Baependi. Outros bairros também possuem focos do aedes aegypti, Centro cinco, Vieira três, Santo Antônio dois, Vila Nova 2, Água Verde um, Estrada Nova um, Vila Rau um e Ilha da Figueira 1. 

Atualmente, os 13 agentes de endemias monitoram 637 armadilhas semanalmente, além de mais de 172 pontos considerados estratégicos para o controle do Aedes aegypti. Entre 2017 e 2018, foram feitas mais de 60 mil visitas a estes locais de monitoramento periódico. 

A partir da instalação da Sala de Situação, várias ações devem ser tomadas para o combate ao mosquito, envolvendo boa parte das secretarias, fundações e autarquias municipais. 

Cresce em 224% o número de casos de dengue no país

O sistema de vigilância de estados e municípios e toda a população devem reforçar os cuidados para combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. O alerta do Ministério da Saúde é devido ao aumento dos casos de dengue no país, que passaram de 62,9 mil nas primeiras 11 semanas de 2018 para 229.064 no mesmo período deste ano (até 16 de março). A incidência, que considera a proporção de casos em relação ao número de habitantes, tem taxa de 109,9 casos/100 mil habitantes até 16 de março deste ano. O número de óbitos pela doença também teve aumento, de 67%, sendo grande parte no estado de São Paulo.

O secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber, reforça que a melhor forma de evitar o agravamento e as mortes por dengue é com diagnóstico e tratamento oportunos. “O Brasil vem de dois anos seguidos com baixa ocorrência de dengue, portanto é necessário que os profissionais de saúde estejam atentos a esse aumento de casos. É preciso que eles estejam mais sensíveis e atentos para a dengue na hora de fazer o diagnóstico. Quanto mais cedo o paciente for diagnosticado e der início ao tratamento, menor o risco de agravamento da doença e de evoluir para óbito”, explica Wanderson.

Ainda de acordo com o secretário, apesar do aumento expressivo no número de casos, a situação ainda não é considerada uma epidemia. No último ano de epidemia no país, em 2016, foram registrados 857.344 casos da doença no mesmo período. Contudo, ele reforça que é preciso intensificar as ações de combate ao Aedes aegypti para que o número de casos de dengue não continue avançando no país.

Alguns estados têm situação mais preocupante, por apresentarem alta incidência da doença, ou seja, estão com a incidência maior que 100 casos por 100 mil habitantes: Tocantins (602,9 casos/100 mil hab.), Acre (422,8 casos/100 mil hab.), Mato Grosso do Sul (368,1 casos/100 mil hab.), Goiás (355,4 casos/100 mil hab.), Minas Gerais (261,2 casos/100 mil hab.), Espírito Santo (222,5 casos/100 mil hab.) e Distrito Federal (116,5 casos/100 mil hab.).

A região Sudeste apresentou o maior número de casos prováveis (149.804 casos; 65,4 %) em relação ao total do país, seguida das regiões Centro-Oeste (40.336 casos; 17,6 %); Norte (15.183 casos; 6,6 %); Nordeste (17.137 casos; 7,5 %); e Sul (6.604 casos; 2,9 %). As regiões Centro-Oeste e Sudeste apresentam as maiores taxas de incidência, com 250,8 casos/100 mil hab. e 170,8 casos/100 mil hab., respectivamente.

Em relação aos óbitos, os profissionais devem ficar atentos. O aumento neste ano é de 67% em relação ao mesmo período de 2018, passando de 37 para 62 mortes. Destaque para o estado de São Paulo, que registrou 31 óbitos, o que representa 50% do total registrado em todo o país.

Sobre a dengue

Dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado.

Normalmente, a primeira manifestação é a febre alta (39 °C a 40 °C) de início abrupto, que tem duração de 2 a 7 dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, a dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.

Com a diminuição da febre, entre o 3º e o 7º dia do início da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite. No entanto, alguns pacientes podem evoluir para a forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais de alarme, que podem indicar o deterioramento clínico do paciente.

Na presença de sinais e sintomas, o paciente deve se dirigir imediatamente ao serviço de saúde e, caso já tenha sido atendido antes, deve retornar. Pessoas que estiveram, nos últimos 14 dias, numa cidade com a presença do Aedes aegypti ou com a transmissão da dengue e apresentarem os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para o diagnóstico e tratamento adequados.


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