Política
Olhando para 2026
Confira os bastidores da política desta quarta-feira (26) com o comentarista Cláudio Prisco Paraíso
Ainda a reunião dos governadores do Sul e do Sudeste ocorrida no final de semana em Santa Catarina, na Capital. Começou na quinta, estendendo-se até sábado, quando foi assinada a carta de Florianópolis, com a posição assumida por todos os governadores em relação a vários temas, temas relacionados à gestão, à administração dos sete estados. Mas as conversas políticas no contexto partidário não foram ignoradas e, muito pelo contrário, registradas.
Ficou patenteado entre os governadores que já cumprem o segundo mandato, como Romeu Zema, de Minas Gerais; Ratinho Júnior do Paraná; e também Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, que a tendência é de uma participação eleitoral efetiva em 2026.
Ratinho chegou a ter seu nome especulado à Presidência da República, como postulante pelo PSD, mas o próprio Ratinho sabe que Gilberto Kassab joga com a probabilidade de apoiar a candidatura do União Brasil na figura do governador também reeleito de Goiás, Ronaldo Caiado.
Câmara Alta
Então ele, Ratinho, vai ao Senado, que é também a tendência de Cláudio Castro. Isso se ele não tiver seu mandato cassado como governador do Rio e eventualmente ficar inelegível, com os direitos suspensos por oito anos.
Mineiro
Quanto a Romeu Zema, esse vem se escalando para ser uma opção para vice. Inicialmente na direção de Tarcísio de Freitas, mas o governador já decidiu: vai à reeleição em São Paulo e com o apoio de Jair Bolsonaro. Sem o quê, Pablo Marçal tem tudo pra virar governador do maior estado da Federação.
Guarda-chuvas
E assim tiraria o controle da direita e dos votos conservadores do ex-presidente da República. Então hoje, Tarcísio não tem um segundo caminho. Logo, Zema seria uma opção para, justamente, compor de vice de Caiado.
Reeleição
Jorginho Mello, naturalmente, é candidato à reeleição. Então foram muitas as conversas políticas, partidárias, eleitorais, durante o evento. Jorginho Mello controla o Republicanos em Santa Catarina, que é também o partido de Tarcísio de Freitas.
Acéfalo
Sim, mas daí como vai ser a vida do PL com vistas a 2026? É muito improvável que Bolsonaro recupere a sua condição de elegível. Não sendo Bolsonaro, quem que o PL teria? O Novo tem Romeu Zema, que poderia ser vice de Caiado, do União Brasil. E o Republicanos não teria candidato, pois Tarcísio vai à reeleição em São Paulo.
Padrinho
E no PL, quem mereceria o apadrinhamento de Jair Bolsonaro? A mulher Michelle? Não. É pré-candidata ao Senado pelo no Distrito Federal e com boas chances de êxito. Assim como Flávio Bolsonaro, candidato à reeleição no Rio. Também ao Senado.
Paulista
Eduardo Bolsonaro em São Paulo também candidato ao Senado. E como fica o PL? Qual é o nome? O PL poderia, diferentemente do que ocorreu nas eleições municipais desse ano, apoiar um nome viável da direita. Na campanha de 2024, Bolsonaro tentou derrotar e enfrentar uma série de governadores que apoiavam seus candidatos, inclusive nas capitais, como aconteceu com Ratinho Júnior no Paraná e Ronaldo Caiado em Goiás, cujas capitais são, respectivamente, Curitiba e Goiânia. Detalhe: Bolsonaro perdeu para Caiado e Ratinho.
Será?
Praticaria o gesto Bolsonaro de apoiar, de repente, a dobradinha Caiado e Zema? União e Novo? E o PL ficaria fora da chapa, assim como o PSD já projeta ficar fora da chapa. Muito embora Kassab imagine ser o vice de Tarcísio de Freitas em São Paulo para, lá na frente, assumir o governo. Isso em 2030, quando o Tarcísio concorreria à Presidência e ele, Kassab, iria à reeleição.
Nuvens escuras
Aí já tem uma situação futura envolvendo o PSD e o PL, que acabaria esvaziado nesse contexto. De modo que isso tudo pode influenciar nas eleições estaduais, inclusive em Santa Catarina, onde Jorginho Melo, além de governador, é o presidente estadual do PL.
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