IPTU – 11/03 até 31/03
POLÍTICA

Justiça deve priorizar ações contra quem ameaça imprensa, diz Raquel Dodge

30 Abr 2019 - 17h26Por Felipe Frazão

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, propôs nesta terça-feira, 30, que a Justiça brasileira e o Ministério Público priorizem o julgamento de processos que têm jornalistas e comunicadores como vítimas de crime. Raquel Dodge disse que considera os atentados contra a vida de profissionais de imprensa uma forma de censura.

"É preciso priorizar dentro do Ministério Público e do poder Judiciário o processamento das ações penais dos que afrontaram os comunicadores, dos que lhes tiraram a vida, dos que os ameaçaram. É preciso superar essa triste marca de impunidade que o Brasil carrega em reação àqueles que cometeram crimes contra jornalistas", afirmou a PGR, durante lançamento de documento sobre o tema no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). "Matar ou agredir quem tem compromisso com informação e com opinião pública, é preciso dizer isso, é uma forma de censurar."

A procuradora-geral afirmou que dar prioridade ao julgamento das ações judiciais contra comunicadores é uma forma de superar as mortes e ameaças motivadas pelo exercício da profissão no País. Ela classificou a situação como "grave" e relatou que os jornalistas, sobretudo os que denunciam corrupção, trabalham desprotegidos e expostos a risco. Dodge defendeu que o Estado deve enfrentar quem afronta os comunicadores e pediu uma reação do sistema de Justiça.

A chefe do Ministério Público afirmou que os crimes contra a imprensa afetam a democracia brasileira e as liberdades individuais. "Não existem liberdades onde não houver imprensa livre", disse Dodge.

Só a metade dos assassinatos de comunicadores é considerada solucionada pelo CNMP, conforme relatório divulgado hoje pelo órgão. Nos últimos 20 anos, 32 dos 64 homicídios foram elucidados pela polícia e resultaram em denúncia formal perante a Justiça.

Raquel Dodge afirmou que considera "sintomas" da opressão na sociedade a tentativa de calar a imprensa por meio da morte, de violações à integridade física e psicológica dos profissionais.

Segundo Raquel Dodge, calar a imprensa é um passo anterior a calar qualquer cidadão: "Calar a imprensa é flertar com o autoritarismo, com o desrespeito, com a ameaça à liberdade de expressão. A democracia está em risco ou em situação de vulnerabilidade quando querem calar os jornalistas investigativos e a imprensa de um modo geral. Se conseguirem calar a imprensa será muito mais fácil calar qualquer dos cidadãos".

Matérias Relacionadas

Geral

Governador Jorginho Mello, desafia o Presidente Lula a resolver o trânsito no norte do estado 

"Eu vou começar a obra da Via Mar antes de você resolverem o caos do trânsito" Disse o Jorginho
Governador Jorginho Mello, desafia o Presidente Lula a resolver o trânsito no norte do estado 
Política

Campanha a todo vapor

Confira os bastidores da política desta sexta-feira (14) com o comentarista Cláudio Prisco Paraíso
Campanha a todo vapor
Política

STF marca julgamento de denúncia contra Bolsonaro para 25 de março

Braga Netto, Augusto Heleno também serão julgados pela Corte
STF marca julgamento de denúncia contra Bolsonaro para 25 de março
Política

Congresso aprova novas regras para pagamento de emendas parlamentares

Repasses foram suspensos pelo STF, que cobrava mais transparência
Congresso aprova novas regras para pagamento de emendas parlamentares
Ver mais de Política