dengue 2
POLÍTICA

'Aliança exótica com Centrão vai se repetir', diz Cid Gomes

16 Mai 2019 - 08h46Por Naira Trindade

O senador Cid Gomes (PDT-CE) perdeu o cargo de ministro da Educação do governo Dilma Rousseff após chamar deputados do Centrão de "achacadores" ao participar de uma audiência no plenário da Câmara em 2015. Assim como o atual ministro da pasta, Abraham Weintraub, Cid fora convocado numa articulação do Centrão. Ele vê diferenças nos dois momentos, mas diz que o Centrão continua o mesmo.

O sr. já viveu a mesma experiência do ministro Weintraub. O que mudou de lá para cá?

Essa aliança exótica entre a oposição e o Centrão vai se repetir muitas vezes e a Câmara vai ser o local onde isso vai acontecer com mais regularidade. Há um desconforto aí e a oposição está no seu papel.

Na sua vez, o sr. disse ser vítima de achacadores. O centrão continua agindo assim?

Acho que sim. Tem muita gente no Brasil que só sabe fazer política na situação. Não sou daqueles que acha que a classe política é suja. Quem impõe essa dinâmica é o Executivo.

Qual sua avaliação sobre o ministro da educação?

É uma figura exótica. Não tem a menor ideia do que seja educação. Ele foi pra lá porque o governo precisava de alguém de casa para substituir um lunático (o ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez). O atual ministro, além de não ter preparo, vivência e projeto, não sabe o que deseja. É arrogante. Isso instiga as pessoas a reagir.

Onde o governo erra?

O problema desse governo é que não tem projeto, traquejo ou habilidade de diálogo. É uma ala burocrática militar e outra de malucos que põem agendas ridículas que nada tem a ver com os problemas do Brasil. Querem continuar em campanha, tentando fazer contraponto com o PT. Não vejo no presidente (Jair Bolsonaro) e no Onyx (Lorenzoni, ministro da Casa Civil) nenhum traquejo para tentar restabelecer o diálogo. Bolsonaro não é a nova política. Na verdade, é uma negação da política sendo um velho político inexpressivo. Pra mim, é a mais fina flor da mediocridade, da inexpressividade e do despreparo.

Onyx falha na articulação?

Ele quer muito mais agradar ao Bolsonaro do que cumprir a tarefa que ele tem para cumprir. Trabalhou contra a reeleição do Rodrigo Maia à presidência da Câmara. E qual a motivação disso? É óbvio que o ele cumpria tarefa para o Bolsonaro.

Carlos Bolsonaro disse hoje que "o que está por vir, pode derrubar o capitão eleito". O governo que chega até o final?

O Bolsonaro, não sei se consciente ou por sorte do destino, escolheu um vice com uma patente que, sem entrar no mérito, é tudo o que o Brasil menos precisa nesse momento, um general no poder. A Venezuela está bem ali.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Matérias Relacionadas

Política

Franzner propõe título de Cidadão Jaraguaense a Bolsonaro e Michelle 

Na justificativa, prefeito cita medidas em prol da liberdade econômica e respeito do ex-presidente à cultura jaraguaense e catarinense 
Franzner propõe título de Cidadão Jaraguaense a Bolsonaro e Michelle 
Política

Seja gentil, não buzine: projeto identifica veículo que transporta pessoa autista

O deputado explica que a maioria dos autistas possui disfunções sensoriais, caracterizados essencialmente como distúrbios biológicos que afetam a capacidade do cérebro de interpretar estímulos sensoriais, entre eles o auditivo
Seja gentil, não buzine: projeto identifica veículo que transporta pessoa autista
Política

Google não permitirá anúncios de políticos nas eleições de outubro

Medida está de acordo com resolução do TSE para restringir uso de IA
Google não permitirá anúncios de políticos nas eleições de outubro
Política

Lunelli volta cobrar a nomeação de policiais militares aprovados em concurso público

Atualmente, de acordo com dados de um estudo apresentado no Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a PMSC conta com 9.580 policiais
Lunelli volta cobrar a nomeação de policiais militares aprovados em concurso público
Ver mais de Política