Operação Carne Fraca

Frigorifico jaraguaense na mira da Policia Federal

17 Mar 2017 - 17h21
Uma empresa localizada no bairro Santa Luzia, em Jaraguá do Sul é um dos alvos da  operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (17). De acordo com informações da PF, também há mandados de prisão em aberto na região, porém ainda não divulgou o nome dos envolvidos.

Policiais federais buscam no frigorífico possíveis evidências que comprovem a prática de crimes descritos no processo da Carne Fraca, como por exemplo: corrupção, lavagem de dinheiro, falsificação e adulteração de substância ou produtos alimentícios.

Segundo informações fornecidas pela Receita Federal, a organização criminosa seria liderada por fiscais que ocupam cargos de chefia e administração da Superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no Paraná.

A organização receberia propinas pagas por executivos ou diretores de empresas para aliviar a fiscalização sanitária dos produtos. Isso resultava em produtos alimentícios adulterados, impróprios para o consumo humano circulando no mercado interno e externo.  A Polícia Federal informou, em coletiva de impressa realizada nesta manhã, que essas propinas eram pagas em dinheiro, imóveis e até em lotes de carne.

A PF ainda confirmou que esses valores eram destinados para os líderes da organização. Há indícios que parte da quantia iria para campanhas politicas nacionais, porém não há confirmação de quais partidos receberam os valores.

Mais de 30 pessoas jurídicas são investigadas na operação e duas das maiores empresas do ramo, o frigorífico JBS que detém, entre outras marcas,  Friboi, Seara e Swift e a BRF Brasil que controla a Sadia e Perdigão, estão envolvidas no esquema.  A operação ocorre em Santa Catarina e em mais seis estados do país.

Fraudes incluem venda de carne imprópria para consumo humano

Carne estragada era usada para produzir salsichas e linguiças e promovia-se “maquiagem” de carnes estragadas com ácido ascórbico, substância usada para disfarçar a qualidade do produto e que em altas doses pode provocar câncer. Outra fraude encontrada foi a produção de derivados com uma quantidade de carne muito menor que a necessária, o que exigia a complementação com outros itens. Foram encontradas também carnes sem rotulagem e sem refrigeração. A adulteração chegava até à merenda escolar. Em um dos casos, foi constatada a venda de produtos sem proteínas de carne, apenas de soja, para a merenda de escolas do Paraná.

 

Informações dos Jornais A Notícia e O Globo