Dicas

Dicas 08/09/15

08 Set 2015 - 10h40
“Não levante a voz. Melhore seus argumentos.”
LÍNGUA PORTUGUESA
A língua portuguesa tem sofrido agressões vergonhosas. Não é o povo que fala do seu jeito peculiar, mas profissionais liberais, formados em nível superior, que não sabem se expressar, escrevem mal e são poucos afeiçoados à leitura. Quem não lê, como é sabido, dispõe de um vocabulário extremamente limitado. Ao lado do estímulo à leitura, com a valorização das bibliotecas públicas, infelizmente em número insuficiente, em nosso País, devemos contar com o apoio dos veículos de comunicação de massa, para divulgar sem mistério os segredos da língua portuguesa.

Não obstante os meios de comunicação optarem pelo besteirol em detrimento à cultura e, com isso, quem é prejudicada é a própria comunidade.

 

GAFES

Para evitar gafes, o interessado em falar adequadamente tem de tomar muito cuidado e ler, ler, ler, ler bastante. Veja algumas palavras que apresentam dificuldades:

errado - certo

menas - menos

cincoenta - cinquenta

treis - três

voceis - vocês

uma dó - um dó

limpesa - limpeza

barzinhos - barezinhos

repecursão - repercussão

mixirica - mexerica

ele possue - ele possui

beneficiente - beneficente

beneficiência - beneficência

reinvindicar - reivindicar

reicindir – reincidir

micro região – microrregião

 

de uma frase encerrada com dois-pontos, como saber se o início da frase seguinte pede inicial maiúscula ou minúscula?

Olho no que  vem depois dos dois-pontos:

1. Se for enumeração, letra minúscula: Na feira, comprei várias frutas: maçã, pera, uva, laranja, morango e ameixa.

2. Se for citação ou diálogo, letra maiúscula:

Fernando Pessoa escreveu: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

 

BASTA ROBERTO QUERER QUE GANHA UM AUMENTO.

Errado!
E não só porque apenas um louco daria um aumento a Roberto - também porque o verbo bastar é transitivo indireto:

Basta a Roberto querer que ganha um aumento.

 

SALADA DE PESSOAS

Liberdade rima com fidelidade. Escolheu o tu? Seja fiel a ele. Preferiu o você? Fique com ele. Não o traia. A 23 esqueceu a regra. Emprega o tu ao pedir ‘‘dá um tempo’’. Dá vez ao você quando o locutor fala. Melhor ficar com um ou outro:

— Dá um tempo. A 23 dá tempo para tu falares.

— Dê um tempo. A 23 dá tempo para você falar.

 

NA FRASE:  OS PREJUÍZOS, SE HOUVEREM, SERÃO DA RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS. O VERBO HAVER ESTÁ CERTO?

Nem pensar. Haver, no sentido de ocorrer ou existir, é impessoal. Sem sujeito, só se conjuga na 3ª pessoa do singular: Houve distúrbios no aeroporto de São Paulo. Os prejuízos, se houver, serão da responsabilidade do sócios.

Sugestão: risque o houveram do seu vocabulário. Ele não faz falta.

 

COMO SE DIZ?

Alguns dizem Rorãima. Outros, Roráima. Qual a forma padrão? O Brasil não tem pronúncia padrão. Mas, na lingui tupiniquim, os ditongos que vêm antes de m e n viram nasais. Por isso faina se diz fãina. Roraima deveria ser Rorãima. Os roraimenses imitam os índios locais. Dizem Roráima. Ninguém precisa segui-los.

 

NUM FILMETE PUBLICITÁRIO, O LOCUTOR DIZIA: ‘‘SERÃO BENEFICIADAS DUAS MIL FAMÍLIAS E DOIS MILHÕES DE PESSOAS’’. POR QUE NÃO ‘‘DUAS MILHÕES DE PESSOAS’’?

A razão é velha como andar para frente. Trata-se de concordância. O numeral concorda com o substantivo. Duas mil conversa com famílias (feminino). Dois, com milhões (masculino). Por isso ninguém diz ‘‘uma milhão’’.

 

VOTO DE MINERVA

Os gregos a chamavam de Atena. Os romanos, de Minerva. Uma e outra são a mesma superpessoa que nasceu adulta. Veio ao mundo armada, de capacete e acompanhada de uma coruja. Ao ver a luz do dia, soltou um grito de guerra. Tornou-se, então, a deusa dos combates. Lutou contra gigantes. Ganhou todas as batalhas. A razão: ela era muito, mas muito sabida. Todos a chamavam de deusa da sabedoria.

Um dia, ela e Posêidon brigaram. Os dois queriam ser os maiorais de Atenas. O povo não queria saber de derramamento de sangue. Resolveu, então, lançar um desafio. Ganharia quem oferecesse o presente mais lindo ao país. Posêidon deu uma fonte de água salgada. Atena cobriu o país de oliveiras. Com o azeite, o povo iluminou a cidade, temperou a salada e fez óleos perfumados.

Atena venceu a competição. Como prêmio, a capital da Grécia se chama Atenas.
E a coruja, seu animal favorito, virou símbolo da sabedoria. Por isso toda faculdade de filosofia aparece com uma corujinha. É que filosofia quer dizer amigo da sabedoria. Mais: em certas votações, ocorre empate. Quem escolhe o vencedor? É o presidente. Ele dá o voto de Minerva. Em outras palavras: o voto da sabedoria.

 


HÁ POUCO TEMPO, NUM PROGRAMA DE TELEVISÃO, UMA REPÓRTER FALAVA DO MÉDICO QUE, EM VEZ DE FAZER UMA LIPOASPIRAÇÃO NA PACIENTE, ARRANCOU-LHE O ÚTERO E OS OVÁRIOS. ‘‘O CONSELHO DE MEDICINA INTERVIU NO EPISÓDIO’’, DISSE A REPÓRTER. 


Intervir joga na equipe dos verbos traiçoeiros. Muitos pensam que ele é filhote de ver. Enganam-se. O pai do ardiloso é vir. Um e outro se conjugam do mesmo jeitinho: venho (intervenho), vens (intervéns), vem (intervém), vimos (intervimos), vêm (intervêm); eu vim (intervim), vieste (intervieste), veio (interveio), viemos (interviemos), vieram (intervieram); se eu viesse (interviesse), ele viesse (interviesse), nós viéssemos (interviéssemos), eles viessem (interviessem); quando eu vier (intervier), tu vieres (intervieres).

E por aí vai.

 

POR QUE OS ELEFANTES NÃO ESQUECEM?
Afinal de onde vem a expressão memória de elefante?

A resposta é tão simples quanto óbvia. O maior mamífero terrestre tem uma memória compatível com seu tamanho. Sob treinamento, um elefante é capaz de reconhecer até 40 tipos de comando de voz, e isso mesmo depois de dois anos de ouvi-los.

Uma pesquisa feita pela bióloga Karen McComb, da Universidade de Sussex, na Inglaterra, mostrou que as fêmeas dominantes da manada criam uma memória social capaz de distinguir mais de 100 adultos, mesmo depois de muitos anos.

Quanto mais velha é a matriarca do grupo, maior é sua capacidade de reconhecer “velhos amigos” e também de identificar aqueles que podem ser uma ameaça.

 

LIÇÃO DE SABEDORIA

O célebre e inusitado filósofo Diógenes viveu cerca de 500 anos antes de Cristo. Em tempos idos, andava ele com uma lanterna acesa na mão, em pleno meio-dia, em Atenas, capital da Grécia, e indagado o porquê da sua postura, respondeu que estava à procura de um homem íntegro. Caso Diógenes aparecesse, novamente, provavelmente, teria que conduzir muitas lanternas.

O imperador Alexandre, o Grande, grande admirador do filósofo, resolveu visitá-lo. Como acontece até nos dias de hoje, formou uma invejável comitiva e, ao chegar em Atenas, não encontrando Diógenes entre as pessoas que o recepcionavam dirigiu-se à casa do filósofo. Para sua surpresa, o encontrou tomando banho de sol. Após memorável saudação, perguntou-lhe se desejaria algo, ao que Diógenes respondeu: “Quero apenas a luz do Sol. Afasta-te!”, ou seja, não me faça sombra. Que maravilhosa lição de sabedoria. Será que nós também não estamos fazendo sombra a alguém?

 

O QUE MAIS IRRITA NO BRASIL SÃO ESSAS PSEUDAS-LIDERANÇAS POLÍTICAS.

Pseudo é prefixo, não pode variar.

E só se usa hífen no caso onde a palavra que se lhe junta começa com vocal, h, r ou s.
O que mais irrita no Brasil são essas pseudo lideranças políticas.

 

ROBERTO DISSE QUE PAGOU À PRESTAÇÃO.

Alguém o corrigiu: Roberto pagou a prestação. Corrigiu errado! Não é nenhum nem outro. Não se paga apenas uma prestação:  pagam-se várias.

Roberto pagou a prestações.

 

A DISCUSSÃO DO PLANO NÃO PREJUDICARÁ A APROVAÇÃO DOS REQUERIMENTOS QUE OBTEREM O APOIO DOS PARLAMENTARES, DISSE CERTO DEPUTADO.
Os presentes se entreolharam. A essa altura da vida, a criatura de Deus não sabe que o futuro do subjuntivo deriva do pretérito perfeito do indicativo? Basta pegar a 3ª pessoa do plural e tirar-lhe o -am final (obtive, obteve, obtivemos, obtiveram). Logo: se eu obtiver, ele obtiver, nós obtivermos, eles obtiverem.

 

Frase correta:

A discussão do plano não prejudicará a aprovação dos requerimentos que obtiveram o apoio dos parlamentares.