Farol de Santa Marta

Beleza e história se unem no Farol de Santa Marta, em Laguna

09 Fev 2016 - 13h12

O município, localizado na região turística Encantos do Sul, oferece aos visitantes não só as belas praias, mas muita história. Laguna, que guarda o Marco do Tratado de Tordesilhas de 1494 e mais conhecida por ser a terra de Anita Garibaldi é também referência para os navegantes que passam pelo Atlântico contornando a costa brasileira. Isso graças ao Farol de Santa Marta, em atividade desde o final do século XIX, alertando quanto aos perigos da Pedra (ou Parcel) do Campo Bom, uma laje com cerca de dois quilômetros de extensão.


Construído por franceses em 1891, no alto do Cabo de Santa Marta, é considerado o maior das Américas e o terceiro do mundo em alcance de foco de luz. Pode ser visto a 34km de distância a olho nu e entre 80km e 90km quilômetros por meio de equipamentos de navegação. As grossas paredes foram erguidas com uma mistura de pedra, concha, areia, barro e óleo de baleia.


O Farol é um equipamento de segurança náutica administrado pela Marinha do Brasil e alguns dos aparatos são originais. Dentro, a escada em caracol, com 142 degraus, conduz os faroleiros à torre, de onde são emitidos os sinais luminosos branco e vermelho a cada 15 segundos. A visitação interna só é permitida com agendamento prévio junto à Capitania dos Portos, que organiza pequenos grupos. Na parte externa, no entanto, não há restrições e é um passeio indispensável para apreciar a vista, especialmente nos finais de tarde.

O histórico do local, associado à beleza ímpar, faz do Farol um dos atrativos turísticos mais procurados em Laguna, ao lado da pesca guiada por botos e a Ponte Anita Garibaldi, inaugurada em 2015. O acesso é feito por uma estrada de terra, mas antes é preciso atravessar o canal da barra, um trecho de mil metros feito por balsa.

No entorno do farol estão as praias do Farol, Camacho, Cigana e Cardoso, a preferida dos surfistas. Já entre as praias do norte, a do Mar Grosso é a mais frequentada e dá acesso a outras, como a Praia do Gi, onde está a Pedra do Frade – duas rochas sobrepostas que desafiam a gravidade e cuja origem é envolta de mistérios.

Casa e Museu de Anita

Quem caminha pelo Centro de Laguna refaz os passos de figuras célebres da história catarinense e brasileira. Já passaram por ali Jerônimo Coelho, fundador da imprensa catarinense, e Giuseppe Garibaldi, ícone da Revolução Farroupilha (um de seus barcos naufragou no Cabo de Santa Marta, em 1839).


Mas certamente a personagem mais ilustre do município é Anita Garibaldi, a Heroína dos Dois Mundos. A casa em que se vestiu de noiva para o primeiro casamento, ao lado da Igreja Matriz, foi preservada e abriga utensílios, móveis e uma amostra da terra do cemitério onde foi sepultada, em Ravena, na Itália.

A lagunense também foi homenageada com o Museu Anita Garibadi, que ocupa um prédio construído em 1747 para abrigar a Cadeia Pública e a Câmara Legislativa. Nesta edificação foi proclamada a República Catarinense (ou Juliana), em 1839. A partir de 1949, o casarão foi transformado em museu.

Além desses dois marcos arquitetônicos, o centro a cidade tem mais de 700 imóveis tombados como Patrimônio Histórico Nacional.