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INTERNACIONAL

Plano de paz de Trump para Oriente Médio começa a sair do papel

20 Mai 2019 - 14h31

Depois de mais de dois anos de estudo e deliberação, o plano de paz prometido por Donald Trump para acabar com o conflito entre Israel e os palestinos começou a ser esboçado no domingo, 19, quando o presidente americano e seu genro, Jared Kushner, anunciaram uma conferência econômica internacional no Bahrein, no final de junho, para "incentivar investimentos nas áreas palestinas".

O fórum econômico, que se chamará "Paz para a Prosperidade", será realizado na capital, Manama, nos dias 25 e 26 de junho, segundo um comunicado conjunto dos governos de Bahrein e EUA, divulgado pela agência oficial "BNA".

Este evento convocará governos, líderes empresariais e membros da sociedade civil do Oriente Médio para "compartilhar ideias, discutir estratégias e incentivar apoio para investimentos econômicos e iniciativas que poderiam ser possíveis mediante um acordo de paz", segundo o comunicado.

Segundo o jornal The New York Times, que divulgou a notícia no domingo, este seria o primeiro passo do plano de Trump e Kushner, que o presidente americano chama de "acordo do século". A expectativa é que o governo americano apresente um plano mais completo nas próximas semanas.

A ideia seria garantir compromissos financeiros de países ricos do Golfo Pérsico, principalmente Arábia Saudita e Emirados Árabes, bem como doadores na Europa e na Ásia, para induzir os palestinos e seus aliados a fazer concessões políticas para resolver o conflito de décadas com Israel. A Casa Branca indicou que está buscando dezenas de bilhões de dólares, mas não informou um número preciso.

Diplomatas e veteranos de negociações anteriores entre israelenses e palestinos expressaram ceticismo com a iniciativa de Trump e a viabilidade desse tipo de proposta gerar resultados.

As conversas de paz estão paradas desde 2014. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, se negou a voltar à mesa de negociação enquanto Israel não cumprir várias condições, entre elas o fim do crescimento dos assentamentos nos territórios palestinos ocupados - medida improvável diante das promessas do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de aumentar a expansão dos assentamentos.

Aaron David Miller, um ex-negociador de paz no Oriente Médio em governos republicanos e democratas, disse que ao Times que a medida é "necessária, mas insuficiente".

"Estão colocando o carro na frente dos bois. O que torna um plano atraente é o pacote completo. Como fica a situação de Jerusalém?", disse Miller. "Eles podem até adiar sobre questões importantes, mas vão perder poder de barganha, e não ganhar."

O enviado da Casa Branca para o Oriente Médio, Jason Greenblatt, um dos autores desse plano, disse na semana passada perante o Conselho de Segurança da ONU que apresentará uma visão "realista e aplicável".

O ministro das Relações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina, Riyad al-Maliki, afirmou que a proposta dos Estados Unidos "não é um plano de paz, e sim as condições para uma rendição" da parte palestina.

Os palestinos afirmam que o governo americano deixou de ser uma parte neutra nas negociações desde que Trump assumiu e tomou uma série de medidas favoráveis ao governo do primeiro-ministro israelense, reeleito para o cargo em abril.

No ano passado, os EUA inauguraram oficialmente sua embaixada em Israel na cidade de Jerusalém, em um dia marcado por protestos violentos na Faixa de Gaza. O reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel foi um dos mais controvertidos anúncios de Trump, que ficou isolado na decisão de transferir a embaixada do país à cidade, também reivindicada como capital pelos palestinos.

No mesmo ano, o Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou o corte de US$ 200 milhões de financiamento enviado à Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), o que impactou os serviços oferecidos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

Este ano, Trump defendeu que o país reconheça as Colinas do Golan como parte de Israel, contradizendo décadas da política externa americana e violando uma resolução da ONU sobre o caso. As colinas do Golan foram ocupadas por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexadas mais tarde, em 1981.

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