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INTERNACIONAL

Hungria, Polônia e Itália: os países que Ernesto Araújo irá visitar

07 Mai 2019 - 21h31

O Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, iniciou nesta terça-feira, 7, um tour por Itália, Hungria e Polônia, países com os quais buscará ampliar os negócios, principalmente na área de defesa. Ele também vai preparar terreno para a visita do presidente Jair Bolsonaro aos mesmos países ainda este ano.

Os três países se tornaram os maiores expoentes de governos de direita na Europa, e formam uma forte aliança com pendores antieuropeus e contrários à integração promovida pela União Europeia. A seguir, um Raio-X dos países que serão visitados por Ernesto Araújo.

Hungria

Defensor do que chama de "democracia não liberal", o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, conseguiu em abril do ano passado sua terceira vitória consecutiva nas urnas, unindo nacionalistas e ultraconservadores. Sua vitória consolidou o país como líder na aliança regional anti-Europa. A medida mais visível do Governo do Fidesz foi a construção de uma cerca elétrica para blindar suas fronteiras contra a imigração.

O primeiro-ministro húngaro, que se apresenta como o grande defensor e o salvador dos valores cristãos tradicionais, continua sendo um modelo para seus vizinhos. Ele foi o pioneiro nas reformas das instituições para manutenção do seu partido no poder, como o sistema eleitoral, a Constituição e o sistema de Justiça. Também foi um dos primeiros a rejeitar a política migratória. A vitória do Fidesz também reforça o chamado Grupo de Visegrad (V4), formado por Polônia, Hungria e Eslováquia, além da República Checa, países que defendem este modelo "não liberal".

Desde sua chegada ao poder, em 2010, Orban promoveu uma série de reformas para consolidar seu poder, valendo-se da supremacia que tinha no Congresso. Modificações que modelaram o Estado húngaro para transformá-lo numa nação que promove a primazia dos valores cristãos e o nacionalismo.

As principais reformas foram no sistema eleitoral, que facilitaram as vitórias do Fidesz, e no Judiciário. Sua reforma da Justiça viveu seu último capítulo no ano passado, com a aposentadoria forçada de 30 juízes do Supremo que pavimentaram o caminho para indicações de Orbán. Dentro de seu novo esquema social, o Governo limitou os subsídios a organizações de direitos civis e eliminou do currículo escolar qualquer menção à educação sexual, além de retirar o financiamento para tratamentos de reprodução assistida.

O Parlamento da Hungria aprovou um pacote de medidas que criminaliza ajuda a imigrantes sem documentos. Orbán elegeu o empresário húngaro-americano George Soros e as ONGs que sua Fundação Soros apoiava no país como inimigos. Sua perseguição obrigou a Universidade Centro-Europeia, uma instituição liberal com sede em Budapeste e financiada por Soros, a mudar para Viena.

Área Total

93.030 quilômetros quadrados

População

9,982 milhões

Principais cidades

Budapest: 1,740 milhão

Debrecen: 208 mil

Szeged: 170 mil

Miskolc: 167 mil

Polônia

O Governo do partido Lei e Justiça (PiS) empreendeu na Polônia uma profunda guinada à direita. O partido ultraconservador chegou ao poder em dezembro de 2015, o ano da crise migratória. Seu programa combinava ataques às elites sociais e políticas - de Varsóvia e da União Europeia - e mensagens contra a imigração. Os nacionalistas obtiveram maioria absoluta. Depois de quase cinco anos sob a batuta do nacionalista PiS, a sexta economia da UE deu um considerável giro para um autoritarismo disfarçado de democracia.

O PiS promoveu uma série de medidas para controlar o Judiciário, atacando a Corte Constitucional pela cooptação ou pela nomeação legalmente contestável de juízes, e o Ministério da Justiça polonês tentou fazer o mesmo com relação aos juízes de direito comum. O sistema educacional é aparelhado, de maneira a veicular um ensino patriótico, de exaltação à identidade nacional.

Os serviços de informação, sob o controle do partido, gozam de um poder crescente, e, prescindindo de censura formal, o Executivo tenta a todo custo controlar os jornalistas, expostos a uma rotina de intimidações. O partido Lei e Justiça (PiS) continuará a implementar políticas nacionalistas controversas pelo menos até a eleição parlamentar de 2019 - onde ainda é favorito para ganhar. Seu fracasso em lidar com questões de estado de direito pode levar a UE a tentar impor sanções à Polônia.

O Banco Mundial estima um crescimento do PIB de 5,1% em 2019, impulsionado pelo crescimento do consumo privado e pela recuperação do investimento.

Área total

311.889 quilômetros quadrados

População

38,3 milhões

Principais cidades

Varsóvia (capital): 1,749 milhão

Cracóvia 762 mil

Lodz: 699 mil

Wroclaw: 637 mil

Poznán: 542 mil

Gdansk: 463 mil

Itália

A eleição de 4 de março de 2018 produziu uma vitória do movimento anti establishment Movimento 5 Stelle (M5S), que ganhou cerca de 32% dos votos, e do movimento de direita e anti-imigração La Lega, que ganhou cerca de 17%. O M5S e o Lega concordaram em formar um governo de coalizão em 31 de maio e governa unido desde então. Novas eleições devem acontecer apenas em 2023, a não ser em caso de crise política.

O governo foi um desafio para a União Europeia, particularmente em relação às regras de política fiscal. A economia do país passa por uma crise, com o crescimento real do PIB desacelerando de 0,8% em 2018 para 0,3% em média em 2019-20 e em torno de 1% em 2021-23.

Área Total

301.340 quilômetros quadrados

População

59,4 milhões de habitantes (ONU)

Maiores cidades:

Roma: 2,872 milhões

Milão: 1,337 milhão

Nápoles: 978 mil

Turim: 899 mil

Palermo: 678

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