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INTERNACIONAL

Há hoje 300 mil venezuelanos em risco de morte na Venezuela, diz Guaidó

28 Fev 2019 - 16h33Por Mariana Haubert e Julia Lindner

O líder opositor Juan Guaidó, reconhecido por cerca de 50 países como presidente interino da Venezuela, afirmou na tarde desta quinta-feira, 28, que há hoje 300 mil venezuelanos em risco de morte. Esses venezuelanos, segundo ele, não puderam nem contar com a entrega da ajuda humanitária internacional ao país. A declaração foi dada após reunião com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, também participou da reunião.

Bolsonaro, por sua vez, prometeu ajudar o líder opositor venezuelano a restabelecer a democracia na Venezuela. Bolsonaro disse que as ações do Brasil na crise se pautarão pela legalidade e as tradições diplomáticas brasileiras e pelo que foi definido pelo Grupo de Lima - bloco de países da região que monitora a crise.

"Apoiamos todas as resoluções do Grupo de Lima para o objetivo que interessa a todos nós: liberdade e democracia na Venezuela", disse o presidente. "Não pouparemos esforços dentro da legalidade e de nossas tradições para restabelecer a democracia na Venezuela: eleições limpas e confiáveis. Seu país pode contar conosco para a recuperação econômica."

O presidente também vinculou a crise no país ao apoio de governos brasileiros que o antecederam e apoiaram o chavismo, em uma aparente crítica indireta ao PT. "Dois ex-presidentes do Brasil tiveram culpa no que esta acontecendo na Venezuela", disse. "Graças a Deus, o povo aqui acordou e se mirou no que acontecia no seu país e resolveram dar um ponto final no populismo e na demagogia."

O presidente concluiu seu pronunciamento dizendo que tanto ele quanto Guaídó buscam "uma igualdade na prosperidade" para seus países. "Já te chamo de irmão de agora em diante se assim me permite", afirmou. "Estamos juntos a partir de agora e conte conosco." "Deus é brasileiro e venezuelano", concluiu Bolsonaro.

Ao responder perguntas de jornalistas, Guaidó afirmou que o regime de Maduro sempre diz que trata-se de um dilema entre "guerra e paz" e continua intransigente para negociar uma alternativa. "Estamos tentando negociar há cinco anos. A eleição livre é uma exigência do povo venezuelano. Não pode haver presos políticos. Temos 4 milhões de venezuelanos no exterior que não podem votar. Não há auditoria do processo. Não pode ser um falso diálogo", afirmou Guaidó.

Antes da visita ao Planalto, Guaidó almoçou na residência oficial do embaixador do Canadá e se reuniu com embaixadores de países que o reconhecem como presidente interino da Venezuela na representação da União Europeia no Brasil. Antes de chegar para o encontro com Bolsonaro, Guaidó fez uma parada no Itamaraty, que não estava prevista.

Ele foi recebido com pompa no Palácio do Planalto, com tapete vermelho e recepção da guarda presidencial feita pelos Dragões da Independência. Após a reunião, Guaidó e Bolsonaro farão uma declaração conjunta à imprensa.

O líder venezuelano também deve visitar os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Guaidó deixou Bogotá ontem em um avião da Força Aérea Colombiana, que pousou na madrugada desta quinta-feira no Aeroporto Internacional de Brasília à 1h40.

Em frente ao Planalto, aguardavam cinco manifestantes com cartazes em que se lia "Brasil, respeite a soberania da Venezuela". Eles quase não foram percebidos por Guaidó.

Proibição

Guaidó, que burlou uma ordem que o proibia de sair da Venezuela, participou na segunda-feira em Bogotá de uma reunião do Grupo de Lima. Nela, os membros do bloco - uma dezena de países latino-americanos e o Canadá - se comprometeram a estreitar o cerco econômico e diplomático ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, mas sem recorrer à força, possibilidade que os Estados Unidos haviam deixado em aberto.

"O Brasil foi um dos países que, ao lado do Peru, foram mais categóricos com relação (a se opor) à lógica militarista que queriam impor na segunda-feira", disse Ronald Rodríguez, do Observatório da Venezuela da Universidad del Rosario. A viagem de Guaidó adquire mais peso pois ele pode "coordenar-se melhor com o Brasil" antes de voltar à Venezuela.

Os representantes de Guaidó no Brasil não disseram até quando ele permanecerá no País, nem se ele vai voltar para Caracas ao deixar Brasília. Ainda que o próprio Guaidó tenha dito que pensa em voltar ao seu país esta semana, a Assembleia Nacional o autorizou a ficar fora da Venezuela até pelo menos segunda-feira. Há a possibilidade de sua viagem se prolongar para que ele visita outros líderes sul-americanos.

Bolsonaro é um forte crítico de Maduro. Os países que rejeitam o chavista como presidente, a exemplo do Brasil, alegam que sua eleição foi fraudulenta. (Com agências internacionais)

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