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EUA: Em comício, Trump volta a defender política de comércio exterior

27 Abr 2019 - 23h24

Por Renato Carvalho

São Paulo, 27/04/2019 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu há pouco a política de comércio exterior colocada em prática no seu governo. Ele defendeu principalmente as negociações com os países asiáticos, citando China, Japão e Índia, e também o acordo com Canadá e México, que está sendo analisado pelo Congresso norte-americano.

Ele citou o encontro que teve neste fim de semana com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe. "Ele é meu amigo, mas eu disse diretamente a ele que já perdemos bilhões de dólares no comércio com países como China, Índia e Japão. E ele me disse que a Toyota vai investir nos Estados Unidos, em vários estados, inclusive aqui, no Wisconsin", disse Trump em seu primeiro ato político após o relatório sobre o conluio com a Rússia nas eleições de 2016, um comício realizado na cidade de Green Bay. "Nós compramos carros do Japão, e vendemos praticamente nada para eles. Isso está mudando", completou.

Trump pediu também aos presentes que pressionem o Congresso a aprovar o acordo comercial fechado com Canadá e México. "É um acordo bom para todos. Portanto, pressionem os congressistas para que seja aprovado. Ele vai beneficiar especialmente nossos agricultores".

Ainda sobre a economia, Trump comemorou o crescimento de 3,2% no primeiro trimestre. "Mesmo com a paralisação do governo, com o clima problemático, nós hoje somos a maior economia do mundo, de longe". Ele ressaltou a criação de empregos desde que assumiu o governo, e a melhora nas condições de vida para migrantes e seus descendentes.

Como de costume, Trump criticou seus oposicionistas do Partido Democrata, e os veículos de imprensa, principalmente por conta das investigações em torno de conluio com a Rússia. Apontando para os jornalistas presentes, ele os chamou de "produtores de notícias falsas", e citou especialmente a rede de TV CNN, "com audiência cada vez menor".

Ele começou seu discurso prestando condolências e solidariedade às vítimas do ataque a tiros em uma sinagoga na Califórnia, e elogiou principalmente a atuação das forças policiais. Assim como fez no Twitter, ele elogiou o agente de fronteira que agiu para deter o atirador, evitando que o ataque fizesse mais vítimas.

O presidente dos EUA criticou ainda a proteção militar dada a países muito ricos. Sem citar o nome do país que usou como exemplo, ele disse que a proteção custava US$ 5 bilhões, e que o EUA recebia US$ 500 milhões por isso. "Eu liguei para esse país, e eles passaram a pagar mais US$ 500 milhões, depois de uma discussão. Isso após uma ligação. Ainda é um negócio péssimo. E eu disse que a partir do próximo ano terão que pagar mais".

Neste contexto, ele citou ainda a União Europeia, dizendo que ao mesmo tempo em que os EUA gastam bilhões para proteger o continente, os acordos comerciais são ruins para os norte-americanos. "Isso não faz sentido".

Contato: renato.carvalho@estadao.com

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