Jaraguá do Sul
Prefeitura e Comitê ainda aguardam detalhes do Estado para definir retomada
Conforme a previsão do governador Carlos Moisés, a partir do dia 8 de junho poderão começar a ser liberadas em algumas cidades o transporte coletivo e no dia 3 de agosto as aulas do ensino infantil, fundamental e médio, por exemplo
O Governo do Estado de Santa Catarina anunciou na última segunda-feira, dia 1º de junho, um decreto que prevê o início de uma gestão regionalizada de ações - com a participação dos municípios catarinenses, Associações de Municípios, e da Federação Catarinense de Municípios (Fecam) no combate à pandemia do coronavírus e liberação das atividades ainda suspensas. Conforme a previsão do governador Carlos Moisés, a partir do dia 8 de junho poderão começar a ser liberadas em algumas cidades o transporte coletivo e no dia 3 de agosto as aulas do ensino infantil, fundamental e médio, por exemplo.
Porém, o Estado ainda não apresentou aos Municípios quais serão os critérios detalhados para que uma cidade possa liberar e outra não, informações que estarão na Gestão da Matriz de Risco, que indicará a situação para as diversas regiões e precisa ser calibrada e testada nos territórios antes de qualquer definição.
Sendo assim, a Prefeitura de Jaraguá do Sul e o Comitê Extraordinário de Combate ao Coronavírus trabalham em um plano de retomada respeitando as medidas necessárias de prevenção, entretanto, antes de conhecer em detalhe como funcionará o novo modelo e quais serão os critérios utilizados pelo Estado, ficam impossibilitados de fazer uma previsão precisa sobre como será o processo de retomada. Um ofício foi enviado ao governador Carlos Moisés solicitando informações.
A própria Fecam (Federação Catarinense dos Municípios) está promovendo a realização de reuniões regionais de balizamento, esclarecimento e orientação sobre o novo modelo. Os municípios da região Norte vão participar da oficina amanhã, quarta-feira dia 3 de junho.
“Entendemos a ansiedade da população para saber como será e quando a retomada, porém, temos que ter responsabilidade, pois toda decisão municipal ou regional terá que levar em conta as ferramentas e os parâmetros sanitários do Estado, o que ainda não conhecemos em detalhe. Antes de conhecermos com profundidade qual será a matriz de risco, não temos como tomar uma decisão definitiva”, explica a presidente do Comitê, Emanuela Wolff, que acrescenta, porém, que todo o plano municipal já está sendo elaborado.
“Desde março Jaraguá do Sul vem fazendo um trabalho de excelência no controle do coronavírus e na diminuição dos reflexos negativos na economia. Temos resultados bastante positivos, um dos menores índices de contágio de Santa Catarina, porém, precisamos continuar vigilantes. Começamos a desenvolver um plano para o transporte coletivo em meados de maio e agora precisamos saber como será a diretriz do Estado para que possamos tomar a decisão definitiva”, diz Emanuela.
A Federação Catarinense dos Municípios também fez observações ao governo do Estado quanto ao novo modelo, reivindicando a adoção de algumas mudanças:
CONSIDERAÇÕES DA FECAM SOBRE O MODELO PROPOSTO PELO ESTADO:
• Falta de padronização das definições de variáveis, como por exemplo, casos suspeitos e casos recuperados são considerados diferentes em alguns municípios. Existe a necessidade de uma adoção de protocolo único no Estado;
• Fragilidade nas fontes de informações, dados municípios não correspondem com os dados da fonte oficial estadual, sendo em casos confirmados ou mesmo na capacidade de infraestrutura hospitalar;
• Necessidade de ampliar a discussão sobre as variáveis e os parâmetros adotados para cada variável e nível de risco, como por exemplo a possibilidade de usar taxa de mortalidade, que consiste no número de óbitos dividido pela população do município (multiplicado por 100 mil habitantes) e a evolução no número de internações em UTIs de paciências com COVID-19;
• É necessário tempo para corrigir as distorções e calibrar o modelo a fim de buscar apresentar a realidade de forma mais fidedigna;
• Modelo tem como base a política de ampliação de testes e existe diferentes procedimentos de testagem e isso pode resultar em cenários regionais distorcidos;
• A ferramenta deve ser uma das bases para a tomada de decisão, pois a realidade de cada município pode não está totalmente contemplada em níveis regionais. Nesse sentido, importante aplicar também dados e ferramentas para cada ente municipal.
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