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Operação Carne Fraca

Operação Carne Fraca: Empresa interditada passará por auditoria

20 Mar 2017 - 11h18
O Ministério da Agricultura deve iniciar hoje, uma auditora na empresa Peccin Agro Industrial de Jaraguá do Sul, interditada na sexta (17) durante a Operação Carne Fraca, deflagrada para combater a venda de carnes vencidas ou de má qualidade em empresas do país.

A unidade foi fechada e deve permanecer assim até a conclusão da auditoria. Quatro fiscais vão fazer essa inspeção. Dependendo do que apontar o relatório final, o registro da empresa no serviço de inspeção federal pode ser suspenso. Tecnicamente, ela não pode considerada um frigorífico porque não são abatidos animais no local.

O dono, Normélio Peccin Filho, que foi preso na sexta será levado para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Ele estava na empresa quando os policiais chegaram e aparece em uma conversa telefônica autorizando que funcionários coloquem carne de cabeça na linguiça, o que é proibido.

A unidade de Jaraguá do Sul é filial do grupo que tem sede em Curitiba. A investigação atestou, entre diversas irregularidades, a utilização de quantidades de carne muito menor do que a necessária na produção de seus produtos, que eram complementados com outras substâncias, e a utilização de carnes estragadas na composição de embutidos, como salsichas, linguiças e até presunto.

Em um dos áudios gravados com autorização judicial, um dos donos da empresa, Idair Antônio Piccin, conversa com a mulher dele, Nair Klein Piccin, sobre o uso de carne estragada, e mascarada durante o processamento, em lotes de linguiça. Os dois tiveram pedidos de prisão preventiva decretada pela Justiça.

 

Banco Central bloqueia R$ 2 milhões

Foram bloqueados pouco mais de R$ 2 milhões das contas de 46 pessoas investigadas na Operação Carne Fraca, que apura irregularidades na fiscalização e comercialização de carnes. O valor foi informado pelo Banco Central neste sábado (18) à Justiça Federal, que havia determinado o bloqueio de até R$ 1 bilhão de cada uma das contas. Não significa necessariamente que cada um dos investigados tenha R$ 1 bilhão.

 

Segundo a Polícia Federal, fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) recebiam propina para liberar licenças sem realizar a fiscalização adequada nos frigoríficos. A investigação indica que eram usados produtos químicos para maquiar carne vencida, e água era injetada nos produtos para aumentar o peso. As carnes eram vendidas no Brasil e no exterior

 

A denúncia

O auditor fiscal federal agropecuário Daniel Gouvêa Teixeira afirma que só conseguiu investigar as fraudes, em 2014, porque foi afastado de atribuições pelos chefes da Superintendência Federal da Agricultura no Paraná. Ele diz que essa era uma prática comum com profissionais que fiscalizaram as empresas corretamente e incomodavam o esquema.

"A minha ex-chefe [Maria do Rocio Nascimento] tinha me tirado atribuições. Então, eu tive mais tempo para fiscalizar melhor os frigoríficos. A gente tem, geralmente, cinco, seis ou sete frigoríficos para cuidar. É impossível fazer um bom trabalho com esse número. Como sou mais criterioso e as empresas reclamavam de mim, eu fiquei só com dois, por retaliação. Foi aí que me debrucei em toda a pesquisa da fraude".

Maria do Rocio do Nascimento, chefe do Serviço de Inspeção de Produto de Origem Animal (Sipoa) em Curitiba, presa nesta sexta-feira, é considerada a líder do esquema de fraudes pela polícia.

 

FORÇA TAREFA

 

O Ministério da Agricultura (Mapa) vai criar uma força-tarefa para investigar suspeitas de irregularidades em 21 frigoríficos que são alvo da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na última sexta-feira. O anúncio foi feito neste domingo, durante uma coletiva de imprensa, dois dias depois de virem à tona as denúncias de fraude na carne brasileira.

 

Na abertura de uma reunião com cerca de 40 representantes de países importadores de carne brasileira, o presidente Michel Temer prometeu maior rigor na fiscalização dos frigoríficos do país. Temer ressaltou que problemas descobertos pela PF são pontuais, que a carne produzida e exportada pelo país é de qualidade. O governo determinou celeridade nas auditorias que serão feitas nos estabelecimentos envolvidos no esquema criminoso.

 

Na coletiva, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que a pasta está fazendo os levantamentos necessários para ter informações mais precisas e tranquilizar brasileiros e consumidores de outro países de que os problemas apontados pela Operação Carne Fraca não são generalizados.

 

De acordo com o ministro, o sistema não é infalível porque é composto por pessoas. Ele ressaltou que das 4.837 unidades de abate animal, apenas 21 estão sob suspeita, das quais três foram interditadas preventivamente e as outras estão em um regime especial de fiscalização.

 

EM SANTA CATARINA

O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, se reunirá na tarde desta segunda-feira com representantes do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne) e da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) para avaliar os impactos da Operação Carne Fraca no Estado. O encontro deve focar, principalmente, nas consequências da investigação sobre a cadeira produtiva no Estado, como a estabilidade dos produtores, funcionários das empresas e transportadoras.

 

G1

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