Jaraguá do Sul
10ª Primavera dos Museus inicia nesta segunda
Em Jaraguá do Sul, o Museu Histórico Emílio da Silva promove nesta segunda-feira (19), das 14h às 17h, uma oficina de criatividade com o tema “Árvore de Páscoa de pena” visando dar novo significado a essa tradição sueca. A mesma continua fazendo parte da cultura de Páscoa dos suecos ligados ao movimento do protestantismo.
Na ocasião, artistas irão dialogar sobre como fazer reavivar essa tradição em tempos modernos para contribuir para as reflexões sobre a presença sueca em Jaraguá do Sul, tão pouca divulgada.
Para organizar a oficina de criatividade, foram convidados representantes da Divisão de Turismo, Cultura, Associação Jaraguaense de Artistas Plásticos - Ajap, profissionais das artes, dentre outros. A oficina será na sala da Ação Educativa.
O tema escolhido para este ano destaca o importante papel social desempenhado pelos museus na promoção de trocas simbólicas, culturais, de saberes e de experiências, assim como sua contribuição para a dinamização da cadeia produtiva da cultura de modo sustentável.
História
Por volta de 1864 Emil Odebrecht abriu o Caminho Passo Concórdia, que ligava Pomerode a Colônia do Jaraguá. Assim, por volta de 1868, quatro famílias de origem germânica já tinham adquiridas a sua propriedade rural às margens do caminho aberto para o desenvolvimento do núcleo de assentamento, que atraiu os alemães, pomeranos e suecos.
Desses três grupos sociais, cada um trouxe na sua bagagem a sua cultura, hábitos e costumes, que harmonicamente, no Vale do Rio da Luz se integraram. Assim, ao longo de mais de 148 anos muitos desses valores perderam-se no tempo e entraram em processo de apagamento.
Entre os suecos, o grupo social de menor demografia, um dos hábitos era e continua sendo hoje, o de organizar a tradição de Páscoa, segundo os seguidores do movimento Protestante, cuja igreja fortemente existe naquela nação desde 1527.
Assim, o costume dos suecos é de aproveitar de modo sustentável e economicamente, as penas coloridas das aves (galináceos), que são penduradas juntamente aos galhos secos das árvores, recolhidos no Patrimônio Natural da Floresta. Pois, através dessa ação, o sueco representa e simbolizam a frieza e morte do sepulcro de Jesus Cristo.
Porém é costume dos suecos, também, de se recolherem os galhos desfolhados e colocá-los num ponte com água. Assim, decorá-los com penas dos galináceos e após a Páscoa replantar o galho desfolhado, pois é época da estação da primavera, quando as plantas brotam, gerando a renovação da espécie, sendo o mesmo sentido da Páscoa, a renovação do cristão.
No Vale Rio da Luz essa tradição não foi registrada e nem faz parte do imaginário coletivo. Porém, se existiu, certamente, o processo de apagamento da difusão da tradição, também contribuiu para o desaparecimento dessa cultura.