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Primeiro-ministro japonês renuncia ao salário até o fim da crise nuclear
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, anunciou nesta terça-feira que renuncia ao salário até o fim da crise na central nuclear de Fukushima.
- Continuarei recebendo meu salário como membro do Parlamento, mas não o de primeiro-ministro nem os bônus correspondentes - explicou o chefe de governo em uma entrevista coletiva.
O Japão enfrenta há dois meses o mais grave acidente nuclear de sua história, depois das avarias nos circuitos de resfriamento da central de Fukushima, provocada pelo terremoto e tsunami de 11 de março.
Considerado o pior acidente nuclear da história, o desastre de Chernobyl, na Ucrânia, deixou para trás 60 mil km² de área contaminada pela radiação e 340 mil pessoas sem um lugar para morar.
Em um teste de rotina, à 1h24min do dia 26 de abril de 1986, o sistema de segurança da planta foi desligado para evitar cortes de energia no reator. Por erro humano, em vez de apagar o reator número 4, técnicos provocaram o reaquecimento do núcleo ativo do sistema, a transformação da água de resfriamento em vapor e a consequente explosão.
À hora do acidente, apenas duas pessoas morreram, mas, nos dias seguintes, outras 31 que trabalharam no resgate das vítimas perderam a vida. Hoje, números oficiais da Organização Mundial de Saúde falam em 9 mil mortos em consequência do vazamento da radioatividade.
Até hoje, os níveis de radiação impedem que os habitantes de Chernobyl voltem para casa, porque cientistas estimam que a limpeza da área levará, pelo menos, um um século.
Fonte: AFP