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Nome de rua divide comunidade do Putanga, em Guaramirim
A estrada tem aproximadamente 3 km de extensão e faz divisa com Massaranduba
Crédito: Reprodução Google Foi aprovado em 2022 o projeto do Executivo que denominou a Estrada Putanga, localidade do interior de Guaramirim, como Estrada Abílio Belarmino de Borba. A estrada tem aproximadamente 3 km de extensão e faz divisa com Massaranduba.
Desde a aprovação do projeto, a comunidade do Putanga se dividiu entre os que apoiam o nome e os que são contra. Agora, em 2024, o Executivo Municipal encaminhou um projeto para reaver o nome para Estrada Putanga. O projeto ainda não passou por comissão.
Adelita Antonia de Borba, filha de seu Abílio Belermino de Borba, está indignada com a proposta de troca de nome da rua. Adelita reforça a história de seu pai com a comunidade do Putanga.
“Meu pai nasceu no Putanga, né, um lugar que é tido como quilombo, pelo motivo que somente negros no início moravam lá, e desenvolveu assim uma liderança na comunidade, a frente de projetos, muito atuante, sempre buscando melhorias, e não pessoal, mas sim coletiva”, disse.
Para Adelita, a proposta de troca do nome da estrada tem motivações racistas.
“Quando foi colocada a placa com o nome do meu pai lá foi pixada. Negócio de preto. Depois alguém foi lá e limpou porque ficou um pouco apreensivo. Mas depois disso, daí fizeram uma outra placa com um dizer ‘Rua da Escuridão, Bairro África’, e ainda um boneco simbolizando uma pessoa negra. A gente registrou o B.O. (boletim de ocorrência), a gente foi atrás de tudo”, afirmou.
Hoje, a rua recebe o nome de Abílio Belermino de Borba - Foto: Arquivo / Divulgação
Já a moradora do Putanga, Cláudia Correia Camargo, faz parte dos moradores que tentam reaver o nome Estrada Putanga. De acordo com Cláudia, parte dos moradores não foi consultada sobre a troca do nome.
“Porque não há necessidade, nós temos mais de 100 anos esse nome, então como foi colocado sem consultar a comunidade, a comunidade ficou revoltada, achando um absurdo porque tudo tem que ser passado com transparência a comunidade, mostrando a verdade”, destacou.
Cláudia nega atos racistas contra familiares de seu Abílio Belermino de Borba.
“O racismo parte da própria pessoa porque ninguém é racista. Eu vejo por nós da comunidade do Rio Branco, Barro Branco, todo mundo gosta. Eles são de família conhecida, sim, assim como a nossa é. É um lugar que todo mundo conhece as pessoas, então, temos testemunhos bons. Então porque trazer essa contenda pro lugar agora, envergonhando a comunidade”, finaliza.
Na quinta-feira (19), em sessão na Câmara de Vereadores, moradores que são contra e à favor do nome Estrada Abílio Belarmino de Borba se reuniram com os vereadores. A realização de uma audiência pública sobre a troca ou não do nome foi proposta, mas nada foi confirmado. O impasse segue.
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