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Mais de 500 toneladas de óleo foram tiradas das praias do NE: mutirão

O material vem sendo retirado por voluntários e servidores desde o dia 2 de setembro, quando surgiram as primeiras manchas de óleo na Paraíba

26 Out 2019 - 15h00Por Da Redação

Já passa de 525 toneladas o volume de resíduos de óleo/petróleo recolhido nas praias do Nordeste, numa corrida contra o tempo, já que foi identificada a presença da poluição em outros locais.

O material vem sendo retirado por voluntários e servidores desde o dia 2 de setembro, quando surgiram as primeiras manchas de óleo na Paraíba.

O fim de semana foi de mais mutirão em diversas praias atingidas. O deputado Túlio Gadelha, do PDT, participou de uma mobilização na Praia de Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco e mostrou em vídeo: “Parece folha na água, né? [mas] é óleo”. (assista abaixo)

E fez um apelo: “É muito óleo. Parece filme de terror. A cada hora, a notícia de uma nova praia atingida. Muitos voluntários, pouco suporte dos governos. Falta plano de ação, falta integração dos agente públicos”, escreveu Túlio no perfil dele no Instagram.

Ressarcimento

Sob críticas de governos estaduais e municipais sobre a falta de apoio federal ao combate das consequências do desastre que ameaça o meio ambiente e o turismo na costa nordestina, a União promete ressarcir as autoridades locais por ações de monitoramento e limpeza.

O comandante de Operações Navais da Marinha, almirante de esquadra Leonardo Puntel, afirmou que o governo federal vai repassar recursos não só aos estados, mas também a órgãos federais e municipais que tenham atuado no caso.

“O governo federal vai repassar os recursos necessários para cobrir os gastos de todos os órgãos que estão trabalhando nessa situação. Sejam órgãos federais, estaduais e municipais. Esses recursos serão efetivamente repassados. O governo federal vai cumprir isso — disse o almirante, durante entrevista na Capitania dos Portos de Recife.

Cobranças

O secretário do Meio Ambiente de Pernambuco, José Bertotti, fez cobranças ao governo federal.

O secretário afirmou que o estado está providenciando os equipamentos de proteção individual (EPIs) para pessoas envolvidas na limpeza das praias, muitas delas voluntárias, mas lembrou que o pagamento é uma responsabilidade que deve ser assumida pelo governo federal:

“Todos os equipamentos estão sendo providenciados, comprados a partir dos esforços do governo de Pernambuco”, disse.

O secretário lembrou que o Plano Nacional de Contingência prevê que, quando acontece um desastre ambiental desse tipo, quem tem que pagar pelo desastre, pela contenção e pela limpeza é o responsável pelo dano. Como o culpado não foi identificado até agora, o plano nacional determina que o governo federal deve arcar com todos os pagamentos.

“Até agora não recebemos esses materiais, exceto as boias”,  queixou-se.

Colaboração internacional

Órgãos nacionais e internacionais estão trabalhando para descobrir a origem do óleo.

Segundo a Marinha, a colaboração envolve universidades, centros de pesquisa e Polícia Federal.

Instituições estrangeiras como a Organização Marítima Internacional, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica do Departamento de Comércio e a Guarda Costeira dos Estados Unidos também colaboram com a investigação.

Outras praias

O almirante disse que foi identificada a presença de óleo em outros dois pontos do Nordeste: na praia do Atalaia, uma das principais de Aracaju (SE), e na região do porto de Suape (PE).

No sábado, o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA) havia apontado três novas praias atingidas: Jauá, em Camaçari (BA); Peroba, em Maragogi (AL); e Carneiros, em Tamandaré (PE). Ainda em Pernambuco, as manchas já chegaram em Porto de Galinhas, Pontal do Maracaípe, Praia do Guaiamum, Sirinhaém e na foz do Rio Una.

Segundo o GAA, as regiões foram limpas ao longo do dia. O GAA é formado pela Marinha, Agência Nacional do Petróleo (ANP) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A Petrobras colabora com dois navios especializados no recolhimento de óleo no mar entre Pernambuco e Alagoas.

Segundo o secretário do Meio Ambiente de Pernambuco, os resíduos que foram retirados das praias do estado já têm destino certo: as cimenteiras.

De acordo com ele, o estado está levando o material para centros de tratamentos de resíduos que podem ser, futuramente, vendidos para a indústria do cimento.

Fonte: SóNotíciaBoa


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