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Especialistas: relação especial "blinda" Petrobras na Argentina

18 Abr 2012 - 12h54

Em meio a temores de que mais empresas venham a ser estatizadas pelo governo argentino - à exemplo do que ocorreu na última segunda-feira com a petrolífera Repsol-YPF - especialistas ouvidos pela BBC acreditam ser "pouco provável" uma eventual expropriação "em massa" dos ativos da Petrobras, dado o tamanho da relação entre Brasil e Argentina.

 

 

 

» Entenda como a Argentina quer estatizar a petrolífera YPF


 

 

 

 

A hipótese, entretanto, não foi descartada. Mas para eles, enquanto a reestatização da Repsol-YPF, privatizada em 1999 durante o governo de Carlos Menem (1989-1999) se deveu não só a critérios econômicos, mas também políticos, uma intervenção na Petrobras poderia prenunciar uma crise diplomática com o Brasil, que tem, hoje, grande importância econômica para a Argentina.


"O Brasil é hoje o principal destino das exportações argentinas. Acho pouco provável, portanto, que a Argentina compre briga com seu parceiro comercial mais importante", disse a BBC Jean Paul Prates, diretor-geral do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE) e ex-secretário de energia do Rio Grande do Norte.

"Além disso, a estatização da YPF mexe com o nacionalismo argentino, pois a companhia foi uma das primeiras estatais do gênero no mundo", acrescentou. No ano passado, o fluxo de comércio entre Brasil e Argentina somou US$ 39,6 bilhões.


No entanto, com uma política interna que dá às empresas uma remuneração muito abaixo da cotação internacional e que exerce um ferrenho controle dos preços, os ativos de inúmeras companhias privadas na Argentina tem sofrido forte desvalorização.

Assim, na hipótese do governo argentino levar adiante tal estratégia, a Petrobras poderia querer "negociar" a venda de seus ativos, mediante remuneração "pelo valor de mercado". "A Petrobras pode, eventualmente, aproveitar o atual momento para se desfazer de alguns ativos na Argentina e, assim, levar adiante seu plano para o Brasil", disse a BBC Armando Guedes Coelho, ex-presidente da Petrobras.

O plano em questão é o "pré-sal". Nos últimos meses, a petrolífera brasileira tem vendido vários ativos no exterior com o propósito de fazer caixa para se concentrar na operação brasileira de exploração do pré-sal, considerada a principal fronteira energética brasileira pelos próximos anos. Em maio de 2011, a Petrobras deu o primeiro passo nesse sentido ao vender a refinaria de San Lorenzo, Argentina, e parte de sua rede de postos de gasolina, que hoje inclui 300 unidades.

A petrolífera, no entanto, não confirma ter planos de sair da Argentina, nem reduzir suas operações no país. No ano passado, por exemplo, investiu, somente em exploração e produção de petróleo e gás, US$ 344 milhões, alta de 54% em relação a 2010.

Decisão unilateral
Ainda que uma expropriação dos ativos da Petrobras nos mesmos moldes do que aconteceu com a Repsol esteja, por ora, descartada, não agradou à companhia brasileira a decisão unilateral da província de Neuquén, anunciada no início deste mês, de decretar o cancelamento da concessão de exploração de três campos de petróleo, um deles pertencente à Petrobras ("Veta Escondida").

Até dezembro do ano passado, a Petrobras mantinha 17 poços em produção de gás não convencional na região, com uma produção diária de 7,8 mil barris/dia. No campo de 'Veta Escondida', a petrolífera brasileira, como operadora, possuía 55% da concessão e alega que havia feito, nos últimos três anos, investimentos da ordem de US$ 10 milhões.

Na ocasião, o governo da província de Neuquén justificou sua decisão afirmando que a área permanecia sem produção e com investimentos insuficientes. Para discutir o imbróglio, está prevista uma reunião para a próxima sexta-feira, 20, entre a presidente da Petrobras, Graça Foster, e o ministro do Planejamento argentino, Julio de Vido.

Ainda não há confirmação de um local definido para o encontro, mas fontes disseram a BBC que a reunião acontecerá na capital argentina, Buenos Aires.

Presença na Argentina
A Petrobras opera na Argentina desde 1993. No ano passado, respondeu por 6% da exploração e 14,1% do refino de petróleo e derivados no país. Em 2011, o faturamento da companhia foi de 704 milhões de pesos (à época, US$ 164 milhões), alta de 15%. A produção de petróleo e gás gira em torno de uma média de 85,8 mil barris de petróleo equivalente por dia.

TERRA.COM.BR

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