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Divergência sobre Cuba e Malvinas faz cúpula ficar sem declaração final

16 Abr 2012 - 13h15

A falta de consenso em relação à participação de Cuba nos próximos encontros regionais e ao apoio à Argentina, que reivindica a soberania sobre as Ilhas Malvinas, invibializou uma declaração conjunta dos líderes presentes à 6ª Cúpula das Américas, realizada neste final de semana em Cartagena das Índias, na Colômbia.


Pela primeira vez, países aliados dos Estados Unidos, como a Colômbia, reforçaram a demanda para que Cuba estivesse presente na próxima reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA). Cuba foi excluída da OEA anos depois da Revolução Cubana, liderada por Fidel Castro, em 1959, e não participa das cúpulas americanas por causa da oposição dos Estados Unidos e do Canadá.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, cobrou abertamente uma mudança de atitude em relação à ilha comunista. "O isolamento, o embargo, a indiferença, olhar para o outro lado, vêm sendo ineficazes", afirmou o anfitrião do evento.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não falou sobre Cuba durante o evento na Colômbia. Mas queixou-se de questões da Guerra Fria, algumas anteriores a seu nascimento, prejudicarem as perspectives de integração regional.

O assessor presidencial para Assuntos Internacionais do Brasil, Marco Aurélio Garcia, disse à agência France Presse que os presidentes não assinaram a declaração final devido à decisão de Estados Unidos e Canadá de vetar a proposta de convidar Cuba para as próximas cúpulas e de não apoiar a reivindicação argentina de soberania sobre as ilhas Malvinas, sob controle da Grã-Bretanha.

"Não houve possibilidade de uma declaração conjunta. Estados Unidos e Canadá não estão de acordo com Cuba e Malvinas", afirmou Garcia à rádio colombiana RCN.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, deixou Cartagena em direção a Buenos Aires pela manhã, antes do final da cúpula. A reunião bilateral que estava programada entre o colombiano Juan Manuel Santos e a presidente Dilma Rousseff, ao final do encontro, acabou sendo cancelada.

Em comunicado, a Presidência argentina informou que Cristina Kirchner pronunciou um discurso no qual "agradeceu o apoio e a solidariedade de mais de 30 países pelas Malvinas".

"Todos os países na América Latina e no Caribe apoiam Cuba e Argentina, embora dois países se recusem a discutir isso", afirmou o presidente boliviano, Evo Morales. "Como é possível que Cuba não esteja presente na Cúpula das Américas?", indagou Morales. "De que tipo de integração estamos falando se excluímos Cuba?"

Por causa da questão cubana, o presidente do Equador, Rafael Correa, boicotou o evento. O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, também não participou da cúpula. Venezuela, Equador, Bolívia, Nicarágua e algumas nações caribenhas afirmaram que não participarão de outras cúpulas se Cuba for excluída.

Também não houve acordo durante a cúpula sobre as alternativas para a luta antidrogas na região. "No outro tema central, como é o do debate sobre as drogas e sua descriminalização, também não foram alcançados consensos entre os países, o que significou outro obstáculo para a assinatura de uma declaração final da VI Cúpula das Américas", disse a presidência argentina em seu site.


Repetição
Em 2009, em Trinidad e Tobago, onde ocorreu a edição anterior da cúpula, a falta de consenso a respeito dos temas em discussão também impediu a formulação de uma declaração conjunta dos líderes dos países participantes.

O ambiente da cúpula de Cartagena contrastou com o de 2009, quando Obama, lobo após ter sido eleito, foi recebido como uma estrela. Desta vez, o presidente norte-americana enfrentou desconforto nos dois dias do encontro na Colômbia, do qual participaram mais de 30 chefes de Estado.

Dezesseis integrantes da segurança pessoal da delegação dos EUA foram pegos em um embaraçoso escândalo de prostituição e o Brasil e outros países criticaram duramente o expansionismo monetário adotado por países ricos. Obama também ficou na defensiva diante das demandas pela legalização de drogas

Colômbia e Estados Unidos
Durante a cúpula,  o representante norte-americano para o comércio, Ron Kirk, anunciou que entrará em vigor no próximo dia 15 de maio o Tratado de Livre Comércio entre Colômbia e Estados Unidos.

"Os governos de Estados Unidos e Colômbia concluíram o trabalho técnico. A Colômbia já aprovou as leis e regulamentos necessários para que o TLC entre em vigor no próximo dia 15 de maio", disse Kirk.

O tratado foi ratificado pelo Congresso americano em outubro passado, após um bloqueio de mais de cinco anos por parte de legisladores democratas, que criticavam o desempenho da Colômbia sobre direitos trabalhistas e liberdade sindical.

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, se comprometeu com Obama a melhorar os direitos trabalhistas e a liberdade sindical e a aprovar a legislação exigida pelos Estados Unidos referente à propriedade intelectual.

Obama também acertou com o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, o aprofundamento da cooperação bilateral em matéria de segurança. O Plano de Ação Regional de Cooperação em Segurança entre Colômbia e Estados Unidos é uma resposta ao "aumento da insegurança gerada pelo crime organizado internacional", destacou o departamento americano de Estado em um comunicado.

GLOBO.COM.BR

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