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Corpo de Capitão Adriano está em na Bahia e família tenta levá-lo para o Rio

10 Fev 2020 - 14h01Por Caio Sartori

A família e a defesa de Adriano Magalhães da Nóbrega, morto neste domingo em Esplanada, na Bahia, tentam trazer o corpo dele para o Rio ainda nesta segunda-feira, 10. O corpo está, neste momento, em Alagoinhas, município que fica a cerca de 70 quilômetros daquele em que o miliciano foi morto.

Apontado pelos investigadores do Rio como chefe do grupo Escritório do Crime, Capitão Adriano, como era conhecido, é ligado ao senador Flávio Bolsonaro, um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro. Ele também é citado na investigação da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL/RJ).

Apesar de ter sido encontrado no sítio de um vereador do PSL, Gilsinho da Dedé, o miliciano - foragido desde janeiro de 2019 - estava escondido em outra fazenda, que pertence a Leandro Guimarães. Organizador de vaquejadas no município, ele foi preso pela polícia na operação, por causa do porte de armas. Nas redes sociais, Guimarães publica com frequência imagens de torneios de vaquejada e demonstra ser influente naquela região baiana.

Pouco se sabe, até agora, sobre o momento da morte de Adriano. Segundo as autoridades da Bahia, houve troca de tiros entre ele e os agentes que participaram da operação. Na última semana, contudo, o miliciano e sua família relataram ao advogado dele, Paulo Emilio Catta Preta, que temiam uma "queima de arquivo": o ex-capitão do Bope tinha certeza de que queriam matá-lo, não prendê-lo, conforme publicou o jornal O Estado de S. Paulo.

A investigação que tem Adriano como foco principal é a do Ministério Público do Rio sobre o Escritório do Crime, grupo do qual ele seria o líder. Com atuação na zona oeste da cidade, em locais como Rio das Pedras e Muzema, essa milícia é citada no Caso Marielle. Adriano, porém, não é diretamente ligado à investigação da morte da vereadora.

A ligação do ex-capitão é mais direta em outro caso de enorme repercussão tocado pelo MP fluminense: o da suposta "rachadinha" no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

Segundo os documentos produzidos pelos investigadores, Adriano se beneficiaria do dinheiro supostamente desviado do gabinete na Assembleia Legislativa (Alerj). Ele assume isso em mensagem enviada para a ex-mulher, Danielle Mendonça da Costa - que, assim como a mãe do miliciano, era lotada no escritório do filho do presidente da República.

"Também contava com o que vinha do seu", escreveu ele para Danielle, quando a ex-esposa reclamou de ter sido exonerada da Alerj.

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