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Cardeal alemão divulga obra de Bento XVI no Brasil, mas evita comentar crise
O cardeal alemão Gerhard Muller, que foi prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé de 2012 a 2017, durante os pontificados dos papas Bento XVI e Francisco, encerrou uma visita de quatro dias à Arquidiocese de São Paulo sem falar sobre a crise na cúpula do governo da Igreja.
O cardeal visitou Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo, de onde segue para São José dos Campos e Aparecida, no Estado de São Paulo, para lançar a tradução do volume 11 da Opera Omnia (Obras Completas) do papa emérito Bento XVI. A prioridade para a tradução desse volume, não só para o português, mas também para outras línguas, foi exigência do autor.
Muller fez lançamento da obra nas cidades brasileiras por onde passou. Em São Paulo, autografou mais de 200 exemplares no Mosteiro de São Bento, no sábado, 27. Em palestras para padres, seminaristas e leigos, falou sobre a liturgia, tema do volume 11. Padre Antônio Luís Catalan, da Sociedade Ratzinger do Brasil, com sede no Rio, informou que Muller não fala de outro assunto, a não ser da Opera Omnia.
Criticado por sua conduta em relação aos quatro cardeais que escreveram ao papa Francisco uma carta pedindo explicações sobre a exortação apostólica Amoris Laetitia (Alegria do Amor) e divulgaram o conteúdo, alegando que não tiveram resposta, Muller publicou declaração sobre a fé, expondo sua posição pessoal. Disse que a publicação de Amoris Laetitia abriu uma profunda fenda na Igreja.
Os signatários da carta ao papa foram os cardeais Carlo Caffarra e Joachim Meisner (ambos falecidos), Raymond Burke e Walter Brandmuller.