Olimpíada
Lochte culpa idioma por confusão e se desculpa por falso assalto
Lochte mencionou o idioma como um dos pontos principais para o início da confusão que gerou na mentira. Segundo ele, o segurança do posto de gasolina exigiu que os nadadores entregassem dinheiro em troca da liberação deles.
“Eu quero me desculpar pelo meu comportamento na última semana – por não ter sido mais cuidadoso e claro em como eu descrevi os eventos daquela manhã e pelo meu papel em tirar o foco de muitos atletas que estão cumprindo seus sonhos de participar das Olimpíadas. Eu esperei para compartilhar esses pensamentos até a confirmação de que a situação legal estava encaminhada e que estivesse claro que meus companheiros de equipe iriam chegar em casa em segurança", escreveu o atleta.
Na carta, Lochte disse que espera que não fique marcado por essa mentira, mas sim pela grande história feita nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
"Muita coisa já foi dita e muitos recursos valiosos foram dedicados ao que aconteceu na última semana, então eu espero que nós celebremos as grandes histórias e performances destes Jogos e olhemos em frente para celebrar sucessos futuros", acrescentou.
O porta-voz do Comitê Olímpico Internacional também prefere que o incidente não tire o foco do maior evento esportivo do mundo.
"Está claro que houve mágoas no país. Evidentemente o COI se sente solidário. Ficamos satisfeitos com as desculpas, mas não vamos nos concentrar nisso. Vamos focar o esporte", disse em coletiva de imprensa.
Em nota oficial emitida em seu site, o Comitê dos Estados Unidos também se desculpou com o Brasil por causa do caso envolvendo os quatro nadadores norte-americanos: James Feigen, Ryan Lochte, Gunnar Bentz e Jack Conger. O grupo disse anteriormente que havia sofrido um assalto no Rio de Janeiro, versão mais tarde desmentida pela polícia.
Comitê Rio-2016 aceita desculpas
O Comitê Rio-2016 aceitou o pedido de desculpa feito por Ryan Lochte na manhã desta sexta-feira (19) após ficar comprovado que o atleta inventou a história sobre um suposto assalto que teria ocorrido enquanto ele e seus colegas de equipe voltavam de uma festa.
“Nós aceitamos suas desculpas. O que achamos desde ontem é que o povo brasileiro ficou decepcionado com as atitudes. Temos 1 milhão de pessoas reclamando sobre isso. 2,5% de todas as menções no Twitter que tivemos foram sobre isso. A população brasileira se sentiu humilhada. Níos acreditamos que muitas coisas aconteceram com esses Jogos, mas temos muitas medalhas que queremos ganhar. Acho que o povo brasileiro vai aceitar as desculpas. Queremos deixar isso como águas passadas. Não acho que isso vai ficar marcado. O que vai ficar para a história são os atletas, as cerimônias. As pessoas vão pensar no Phelps, no desempenho do Bolt”, explicou Mário Andrada, diretor de comunicação da Rio-2016.
Confira a carta de Lochte na íntegra:
“Eu quero me desculpar pelo meu comportamento na última semana – por não ter sido mais cuidadoso e claro em como eu descrevi os eventos daquela manhã e pelo meu papel em tirar o foco de muitos atletas que estão cumprindo seus sonhos de participar das Olimpíadas. Eu esperei para compartilhar esses pensamentos até a confirmação de que a situação legal estava encaminhada e que estivesse claro que meus companheiros de equipe iriam chegar em casa em segurança.
É traumático estar até tarde fora com seus amigos em um país estrangeiro – com a barreira do idioma – e ter um estranho apontando a arma para você e exigindo dinheiro para deixar você ir, mas apesar do comportamento de qualquer outra pessoa naquela noite, eu deveria ter sido muito mais responsável com a forma que me conduzi e, por isso, peço desculpas aos meus companheiros de equipe, meus fãs, meus adversários, meus patrocinadores e os anfitriões deste grande evento. Eu sou muito orgulhoso em representar meu país em uma competição olímpica e essa é uma situação que poderia e deveria ter sido evitada. Eu aceito minha responsabilidade no que aconteceu e aprendi algumas lições valiosas.
Eu sou grato aos meus companheiros da equipe de natação dos EUA e ao Comitê dos EUA (USOC, na sigla em inglês) e aprecio todos os esforços do COI, do Comitê Rio-2016 e das pessoas do Brasil que nos receberam no Rio de Janeiro e trabalharam tão duro para garantir que os Jogos Olímpicos dariam uma vida inteira de grandes novas memórias.
Muita coisa já foi dita e muitos recursos valiosos foram dedicados ao que aconteceu na última semana, então eu espero que nós celebremos as grandes histórias e performances destes Jogos e olhemos em frente para celebrar sucessos futuros".