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Em tempos de crise consertar virou moda
A crise econômica do país impõe inúmeras dificuldades para a maioria das pessoas e empresas, mas é nesses momentos que surgem oportunidades de negócios. A mudança, ainda que temporária, dos hábitos de consumo do mercado durante esse período aquece determinados setores. As pessoas tendem a economizar mais e procuram gastar somente com o que é extremamente necessário. O conserto de roupas, calçados e eletrodomésticos, são serviços que costumam registrar aumento na demanda em períodos de recessão econômica. Mas engana-se quem pensa que só pessoas de menor poder aquisitivo recorrem aos consertos de produtos.
Na Sapataria Farias, uma das mais tradicionais de Jaraguá do Sul, com mais de 28 anos de história, o aumento no movimento é visível. São ao menos 50 atendimentos diários, entre procura e entrega de serviços. De acordo com o proprietário, Márcio Farias, 35 anos, que herdou a empresa do pai e ingressou na atividade aos 12 anos, e hoje trabalham ele e a esposa, a crise ajudou a incrementar o movimento. "Pessoas de todas as classes sociais nos procuram", garante. Houve também um aumento na procura pela compra de calçados usados. "Está maior nesse ano", disse. Farias lamenta a falta de interesse dos mais jovens por essa profissão, que segundo ele, está em extinção. "Os mais jovens não querem sujar as mãos, e para se manter nesse mercado é preciso gostar do que faz, e não apenas querer ganhar dinheiro", afirma. "Começo às 3h e só paro às 18h30, para dar conta do serviço", explica.
Mas se depender da aposentada Diocélia Lima, 62 anos, o serviço de conserto de calçados terá vida longa. Ela costuma consertar seus calçados não só por economia, mas devido ao hábito. "Tenho uma bota com mais de 10 anos, e pretendo ficar com ela por mais cinco anos", brinca. "Prefiro consertar os calçados do que comprar um novo", completa.