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ECONOMIA

Sinais desencontrados do próximo governo geram volatilidade no mercado do México

09 Nov 2018 - 17h35Por Gabriel Bueno da Costa

O presidente eleito Andrés Manuel López Obrador chega ao poder em 1º de dezembro, mas sinais desencontrados sobre os planos da próxima administração geraram turbulência nos mercados locais. O partido de López Obrador, o Morena, apresentou na quinta-feira no Senado um projeto para mudar leis bancárias e financeiras, com a intenção de que os clientes deixassem de pagar uma série de tarifas. O índice das ações mais negociadas da Bolsa do México reagiu em baixa de 5,8%, seu maior declínio diário desde agosto de 2011, com Banorte em queda de 12% e outros bancos em baixa na casa de 10%. Hoje, porém, o futuro líder negou qualquer intenção de fazer reformas do tipo, o que provocou alívio nos mercados, mas as dúvidas sobre o futuro mantiveram o quadro de volatilidade.

Um nome há tempos na política mexicana e candidato a presidente por três vezes, López Obrador teve sucesso na mais recente campanha, vencendo a disputa em turno único. Ele voltou a afirmar em entrevista coletiva que a principal mudança de seu governo será o fim da corrupção. Investidores, porém, já lamentavam que ele tivesse cancelado um projeto multibilionário para a construção de um novo aeroporto nas proximidades da Cidade do México, dizendo que isso era um sinal ruim para a segurança dos investimentos. O projeto de lei do futuro partido governista nesta semana no Senado gerou novo sobressalto.

Antes da negativa do presidente eleito, a Eurasia afirmou em relatório que poderia haver mudanças para os bancos, já que o Morena controla o Senado e também a Câmara. Para o analista Carlos Petersen, da Eurasia, "este é o tipo de ideia intervencionista que surgirá nas próximas semanas ou meses, particularmente após López Obrador chegar ao poder e surgirem novas questões". Petersen expressou ainda o temor de que o futuro governo pressione formal ou informalmente alguns setores econômicos para investir mais agressivamente. Ainda para a Eurasia, o próximo governo deve priorizar mais gastos, não a disciplina fiscal. Carlos Serrano, do BBVA, também destacou em artigo no jornal El Financiero que o quadro fiscal parece se complicar no México, na nova administração.

López Obrador, porém, tentou acalmar os ânimos hoje. Segundo ele, não haverá modificações no marco legal com relação ao funcionamento dos bancos e instituições financeiras em geral, nem tampouco na legislação econômica, financeira e fiscal, nos primeiros três de seus seis anos no poder. Segundo o jornal El Universal, López Obrador insiste que a principal mudança será "acabar com a corrupção".

Na próxima semana, o Banco Central do México se reúne na quinta-feira. Na avaliação do Goldman Sachs, o quadro no país deve levar a instituição a elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual, para 8,00%, para manter uma política monetária mais restritiva e "vigilante" sobre o quadro no país.

No câmbio, o peso mexicano havia sido bastante penalizado ontem pela notícia sobre a possível reforma bancária. Hoje, ele chegou a subir com mais força após a notícia, depois passou a oscilar. Às 18h25 (de Brasília), o dólar recuava a 20,0967, de 20,1774 no fim da tarde de ontem.

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