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ECONOMIA

Receio com articulação do governo na Previdência pesa e juros futuros sobem

25 Fev 2019 - 19h37Por Denise Abarca

O mercado de juros começou a semana sob cautela e com taxas em alta a partir do miolo da curva, refletindo as preocupações com o andamento da reforma da Previdência, dada a percepção sobre as dificuldades do governo em sua articulação política. Após passarem boa parte desta segunda-feira, 25, oscilando ao redor dos ajustes anteriores, as taxas se firmaram em alta no fim da sessão regular, depois de declarações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Outro fator que está gerando incômodo no mercado é o noticiário em torno da Venezuela, não pelo risco de uma intervenção militar em si, mas, segundo os operadores, pelo receio de que isso possa desviar o foco do governo na questão da Previdência.

No fechamento das 18h, a taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou em 6,470%, de 6,440% no ajuste anterior. A do DI para janeiro de 2021 encerrou em 7,12%, de 7,051% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2023 encerrou em 8,24%, de 8,152%. A taxa do DI para janeiro de 2025 terminou em 8,76% (máxima), de 8,682%.

A decisão do presidente americano, Donald Trump, de estender a trégua tarifária com a China, que terminaria em 1º de março, ajudou as taxas a caírem na abertura, junto com o dólar, mas ao longo da sessão a queda da moeda perdeu força com a piora do petróleo e as taxas passaram a rondar os ajustes. Em paralelo, os receios com a tramitação da reforma da Previdência também foram contaminando o mercado.

A princípio, a expectativa de que a da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, por onde a proposta vai começar a tramitar no Congresso, fosse instalada nesta terça colaborava para evitar uma deterioração ainda maior, segurando as taxas perto da estabilidade. À tarde, porém, Maia admitiu que a instalação deve acontecer apenas depois do carnaval. Ele alegou que ainda precisa conversar com o PT para fechar o desenho das comissões permanentes da Casa - e o líder do partido, Paulo Pimenta, disse que, nesse sentido, "não há pressa". Maia afirmou também que o adiamento pode dar mais tempo ao governo para organizar sua base. "A organização do governo ainda está lenta", alertou.

"A dúvida é sobre o quanto tem de desidratar a proposta para conseguir os votos que faltam. O nível de desidratação deve ser muito proporcional à articulação política e esta é uma incógnita", afirmou o gestor de renda fixa da GS Research, Renan Sujii.

Sujii afirma ainda que há certo receio de que o noticiário da Previdência perca um pouco de espaço pelo agravamento da questão da Venezuela, na medida em que o mercado quer o governo 100% focado na Proposta de Emenda à Constituição (PEC). O vice-presidente Hamilton Mourão descartou possibilidade de o Brasil abrir seu território para tropas americanas entrarem no país vizinho caso ocorra um conflito armado. "O Brasil não considera isso em hipótese alguma."

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