ECONOMIA
Piora externa com EUA e China contamina Ibovespa
O clima ruim provocado pelas tensões comerciais entre Estados Unidos e China que já contamina o exterior atinge a B3. Na quarta-feira, o índice à vista fechou com alta acima de 1,00% (1,28%, aos 95.596,61 pontos) e, nesta quinta-feira, 9, o Ibovespa futuro caia 1,43%, aos 94.225,06 pontos, às 10h52.
Ao mesmo tempo que deve acompanhar com afinco o exterior, os investidores tendem a continuar de olho no noticiário interno, especialmente sobre a reforma da Previdência. Em Nova York, as bolsas têm queda de quase 1,5%.
O risco de escalada da guerra comercial entre EUA e China volta a ser negativo para os ativos domésticos, ressalta nota da LCA Consultores.
O presidente norte-americano, Donald Trump, acusa a China de quebrar o acordo firmado, o que justificaria a elevação das tarifas de importação. Ao mesmo, o principal negociador chinês, Liu He, chega a Washington para retomar negociações. Outras autoridades chinesas ameaçam com retaliações aos EUA, acrescenta a LCA.
Ontem, Trump declarou que a China quebrou o acordo que vinha sendo elaborado e por isso ampliaria as tarifas sobre os produtos chineses. O governo de Pequim, por sua vez, declarou nesta madrugada que pretende fazer retaliação, caso essa proposta seja levada adiante.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, participa na manhã desta quinta de café oferecido pelo ministro da Secretaria de Governo, Santos Cruz, no Palácio do Planalto, do qual participam presidente Jair Bolsonaro e parlamentares.
"Não esperamos muitas novidades sobre a reforma, mas tem de acompanhar. Hoje, dificilmente o Ibovespa escapará de uma queda, dado o quadro internacional por causa dessa questão dos EUA com a China", diz um operador. No entanto, pondera que dependendo do resultado da mudança nos ministérios, o mercado pode reagir mal. "Se tirar o Coaf Conselho de Controle de Atividades Financeiras do Ministério da Justiça, pode afetar um pouco a credibilidade."
Parlamentares do Centrão e da oposição assinaram dois requerimentos para tirar o Coaf do Ministério da Justiça e Segurança Pública e recolocar o órgão no Ministério da Economia.
No âmbito corporativo, o investidor ficará de olho em Banco Brasil, após a divulgação de alta no lucro de 40,3%, de R$ 4,247 bilhões. As ações ON subiam 0,30%, às 10h52.
Os papéis de várias empresas do setor de consumo cediam. Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou as vendas varejistas de março e do primeiro trimestre.
No geral, os dados reforçaram fraqueza da economia, sugerindo um resultado negativo do Produto Interno Bruto (PIB), após oito trimestres de crescimento. As ações ON de Magazine Luiza tinham queda de 3,01%.