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ECONOMIA

Mercado realiza lucros após reforma da Previdência e taxas fecham em alta

20 Fev 2019 - 19h42Por Denise Abarca

Um movimento de realização de lucros deu o tom nesta quarta-feira, 20, aos negócios no mercado de juros e as taxas devolveram a queda registrada na terça para fecharem em alta. A reforma da Previdência foi bastante elogiada, mas sua "robustez" - economia fiscal de R$ 1,164 trilhão em dez anos - já estava precificada e os investidores "realizaram no fato". No fim da tarde, a reação negativa do câmbio à ata do Federal Reserve contaminou a renda fixa e as taxas ampliaram a correção.

Num dia de liquidez forte, o avanço foi um pouco mais pronunciado nos vencimentos longos, que haviam recuado com mais força na sessão anterior. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou com taxa de 6,425%, de 6,380% na terça no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 encerrou a 7,09%, de 6,991% na terça no ajuste. O DI para janeiro de 2023 fechou com taxa de 8,20%, de 8,062% na terça no ajuste, e o DI para janeiro de 2025 encerrou em 8,72%, de 8,561%.

"Estamos realizando lucro, porque a proposta da Previdência é muito boa, mas já era esperada. O marco inicial é bastante positivo e agora se debate o quanto vai ser diluído nas negociações com o Congresso. Se chegar a algo entre R$ 500 bilhões e R$ 600 bilhões está de bom tamanho", avaliou o trader de renda fixa do Banco Sicredi, Getúlio Ost, segundo o qual também o mercado já conta com certa dificuldade na tramitação da proposta.

A economia de R$ 1,164 trilhão já conta com a alteração nas regras de Previdência para militares, cujo projeto só deve ser encaminhado ao Congresso daqui a um mês. A principal mudança da PEC já havia sido antecipada na semana passada, que é a idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres se aposentarem. O período de transição é de 12 anos, menor do que o proposto no projeto do governo Temer, de 20 anos.

A reforma é a prova de fogo para a articulação política do governo, que foi abalada pela demissão de Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral da Presidência, já que deve enfrentar grande resistência de parte dos governadores e algumas bancadas no Congresso. A expectativa do secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, é de que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) seja aprovada em dois turnos pela Câmara dos Deputados e do Senado até o recesso parlamentar de julho.

Após a divulgação da ata do Fed, as taxas, já na sessão estendida, aceleraram o avanço, na medida em que o dólar ganhava força ante o real, dados os alertas dos dirigentes trazidos pelo documento sobre o risco de desaceleração da economia global.

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