dengue 2
ECONOMIA

Líderes concordam votar PEC que aumenta poder do Congresso sobre Orçamento

26 Mar 2019 - 16h01Por Camila Turtelli e Idiana Tomazelli

Num momento de embate entre o Congresso e o Palácio do Planalto, lideranças da Câmara decidiram nesta terça-feira, 26, pôr em votação uma Proposta de Emenda à Constituição de 2015 que tem o potencial de tornar todo o Orçamento da União impositivo. Isso significa que o governo terá de executar obrigatoriamente as despesas aprovadas pelo Legislativo.

Hoje, o Orçamento é apenas autorizativo, e a equipe econômica pode redefinir alguns gastos. A proposta do deputado Hélio Leite (DEM-PA), até então adormecida, já foi aprovada pelas comissões da Casa e está pronta para ir ao plenário. O texto ainda obriga o governo a aplicar 1% da Receita Corrente Líquida (RCL) em emendas coletivas. Atualmente, não há na Constituição previsão de obrigatoriedade para emendas de bancada, embora os parlamentares tenham inserido isso nas últimas Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDOs).

A inclusão da medida na pauta do dia foi definida em reunião realizada no início desta tarde na Câmara, logo após a divulgação de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, não iria mais comparecer nesta terça a uma reunião na Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ). A decisão das lideranças também ocorre após o governo anunciar um corte de R$ 29,8 bilhões no Orçamento deste ano.

Segundo lideranças ouvidas pelo Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o projeto acaba com a discricionariedade, e todo o Orçamento passa a ser impositivo. Houve consenso na reunião das lideranças para a inclusão do projeto na pauta de votações. O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), não estava presente ao encontro, nem a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP). O líder do PSL, delegado Waldir (PSL-GO), estava presente, mas não ofereceu resistência, segundo relatos de pessoas presentes à reunião.

O projeto aumenta o poder do Congresso, que vive uma crise intensa com o governo de Jair Bolsonaro. "É o resgate das nossas prerrogativas", afirmou o líder do DEM, Elmar Nascimento (BA). Segundo o deputado, pela proposta, as regras para destinação de emendas serão definidas pelos colegiados do Congresso, como a Comissão Mista de Orçamento (CMO). Caso o Executivo queira alterar alguma destinação, precisará fazer por meio de projeto de lei que precisará de aprovação dos parlamentares.

O projeto considera obrigatória, ressalvado impedimento técnico e observadas as limitações fiscais, a execução de programações que integrem políticas públicas e metas prioritárias, observado o plano plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Matérias Relacionadas

Economia

Estado volta a ser destaque em pauta de exportação de bens de capital

O segmento mostrou valorização nos preços médios de janeiro a março na comparação com o primeiro trimestre de 2023, segundo análise do Observatório FIESC.
Estado volta a ser destaque em pauta de exportação de bens de capital
Economia

Senado aprova isenção de IR para quem ganha até dois salários mínimos

Aprovado na Câmara, texto irá à sanção presidencial
Senado aprova isenção de IR para quem ganha até dois salários mínimos
Economia

Governo propõe salário mínimo de R$ 1.502 em 2025

Reajuste segue previsão de 3,25% do INPC mais alta de 2,9% do PIB
Governo propõe salário mínimo de R$ 1.502 em 2025
Economia

Caixa libera abono do PIS/Pasep para nascidos em março e abril

Caixa pagará neste mês R$ 4 bilhões
Caixa libera abono do PIS/Pasep para nascidos em março e abril
Ver mais de Economia