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ECONOMIA

Juros de curto e médio prazos fecham em leve alta, em dia fraco de negócios

29 Abr 2019 - 18h59Por Denise Abarca

Os juros futuros começaram a última semana de abril em ritmo lento, oscilando majoritariamente com viés de alta ao longo da sessão. Em meio ao compasso de espera pelo desenrolar da reforma da Previdência na Câmara, o avanço do dólar ante o real e o esfriamento da discussão sobre a queda da Selic continuaram dando algum parâmetro para os negócios nesta segunda-feira, 29, mas queforam fracos pela falta de novidades no noticiário e indicadores locais relativamente dentro do esperado. As taxas curtas e intermediárias subiram levemente e as longas ficaram estáveis.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou na máxima de 6,590%, de 6,556% no ajuste da sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2021 subiu de 7,112% para 7,14%. A taxa do DI para janeiro de 2023 passou de 8,242% para 8,26%. A taxa do DI para janeiro de 2025 terminou em 8,78%, de 8,772%.

"Sem notícia, o mercado esteve meio de lado, olhando um pouco o dólar. O investidor está na expectativa sobre o que vai 'andar' no cenário político", disse o trader de renda fixa do Banco Sicredi Cassio Andrade Xavier. Com isso, ao menos na ponta longa a previsão é de pouca oscilação nos próximos dias, na medida em que a comissão especial que vai analisar a reforma da Previdência na Câmara só estará ativa na semana que vem.

Os ruídos políticos desta segunda-feira não chegaram a mexer com a curva de juros. Na Bolsa, por exemplo, os investidores reagiram mal ao apelo feito pelo presidente Jair Bolsonaro ao presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, para reduzir juros e, com isso, fomentar o crédito rural. A declaração resgatou receios de ingerência política nas estatais. "Isso vai na mesma toada do que ocorreu no episódio sobre o diesel e mostra o quanto a agenda do mercado está dependente do ministro Paulo Guedes, que, por sua vez, está segurando bem as pontas e sendo bastante ouvido pelo presidente", disse Xavier. Em outra frente, Bolsonaro se disse surpreendido com declaração do secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, sobre a criação de um tributo para igrejas.

Embora as declarações não tenham tido força para afetar as taxas, esse ambiente acaba contribuindo para limitar a disposição do investidor em aplicar em ativos prefixados. "É difícil alguém entrar de cabeça, com tanta incerteza", disse Paulo Nepomuceno, estrategista de renda fixa da Coinvalores.

A agenda do dia trouxe em destaque o IGP-M de abril e o resultado primário do governo central de março, sendo ambos apenas monitorados pelo mercado. O IGP-M subiu 0,92%, de 1,26% em março, a maior para o mês desde 2015 (1,17%) e acima da mediana das estimativas (0,67%). Nas contas públicas, o governo central teve déficit de R$ 21,1 bilhões, resultado ligeiramente melhor do que apontava a mediana das estimativas de saldo negativo de R$ 23,3 bilhões.

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